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Em minha trajetória, por diversas ocasiões me postei, no jornalismo e nas incursões de assessoramento político, este trabalho baseado mais na militância e no voluntariado, como uma espécie de advogado de causas inglórias. Nessa luta, sempre transpus muralhas sem me preocupar sequer em edificar um pequeno muro para me recostar. Confiando no reconhecimento, que rarissimamente veio, dos que foram galgados ao topo.
Nesse aspecto, tenho meu lado samaritano (ou será de besta que sou?!) bem acentuado e que tem me levado a apoiar pessoas sem vislumbrar retorno e, nas vezes em que esperava, em função do trabalho profissional eventualmente prestado, alguma recíproca, recebi portas e janelas trancadas nas casas em cuja construção coloquei meu tijolo e porção de cimento. Além de sacrifícios e suor derramado!
A ingratidão, um dos sentimentos mais vis e doídos na alma de quem o recebe, na maioria das vezes foi o pagamento em troca de resultados positivos auferidos por determinadas pessoas que se beneficiaram do meu esforço, material ou intelectual.
E se aqui choro pelo “leite derramado”, deixo, porém, de citar nomes daqueles que me viraram as costas (e não só a mim, mas a tantos outros que também os ajudaram até mais do que eu), porque entendo que, em respeito aos leitores, não merecem ser citados. O que não significa se, futuramente ou em breve, não venha eu dar nomes aos ditos cujos. Um a um!
Por causa dessa tendência quixotesca, tenho colecionado baús de decepções, porém não navego em rios de mágoas, até porque somatizar desilusões faz mal à alma e à saúde mental e física. Quando muito, ouso fazer alguns desabafos, a exemplo deste.
Apesar disso, continuo insistindo nessa toada ingrata de martelar prego sem estopa, e pagando caro por isso. E não me emendo, porque sei que desafiar moinhos de ventos está no meu sangue de origem lusitana e que tem o espírito desbravador na genética.
Como disse o grande poeta Fernando Pessoa: “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”. Vou em frente porque sei que nessa garimpagem de valores apenas uma minoria é feita de pigmeus de espírito e caráter. E a busca pelo bem e pelos bons sempre foi, e será, gratificante. Ainda que a remuneração não seja o vil metal, que o tempo e as traças corroem, mas um simples gesto de atender a um telefonema ou dizer “obrigado!”.
Apenas lamento que, agindo assim, já contribuí para ajudar a colocar tatus em árvores. Movido pelo sonho e esperança de que estes bichos escavadores de buracos, quando subissem, pudessem alçar voos e, melhor explicado, adquirissem o olhar perscrutador semelhante ao das águias, que voam alto e enxergam de longe os que estão embaixo e, um dia, de uma forma ou de outra, já lhe foram úteis como um simples degrau de uma longa escada para que subissem às árvores do poder.
Qual nada! Tatus, ainda que trepados nas alturas, não voam e continuam míopes e com cascas grossas. E cairão! Porque também não sabem descer, a não ser que alguém os retire dos galhos.
Moral da história: Assim como não se transforma, por mais que se teime e tente, sapos em beija-flores, tatu vai continuar sendo tatu!
(*) MÁRIO MARQUES DE ALMEIDA é jornalista. www,paginaunica.com.br. E-mail: [email protected]
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adelson Ferreira de Oliveira 14/11/2011
Conheço um desses tatus que o sr. Mário Marques de Almeida ajudou a colocar na árvore e ele tem nome: é o Zé do Pátio que se elegeu prefeito de Rondonópolis graças à reconhecida visão política e estratégica desse jornalista. Acompanhei isso de perto, pois fazia parte da equipe adversária. Mario foi decisivo para a eleição de Pátio e o seu único erro foi ter confiado nesse que, além de tatu, é traíra. Mário Marques, profissional experiente e bom analista, também deveria saber antes que Zé do Pátio já era naquela época um demagogo e despreparado para funções maiores de liderança, como a de dirigir um município do porte de Rondonópolis. Traído por Zé do Pátio, Mario Marques agora expia sua culpa por ter sido fundamental na assessoria que fez de Zé prefeito.
Honéia Vaz 14/11/2011
Muito boa abordagem Mário. Já conhecia a parábola do tatu em árvore e aqui foi bem colocada, digo de forma genérica, por que não sei os nomes que guarda no baú. É pertinente o assunto principalment ena medida em que vemos tantos à frente de pestas políticas importantes ou cargos em vários níveis, também alçados de forma política e que são grandes ônus socioeconômicos para a sociedade, pois não há competência técnica, política ou mesmo ética e espiritual,, estas duas últimas mais importante que todas as demais, pois denotariam a vontade de fazer o correto, a humildade para aprender o certo, e a coragem para fazer frebte a qualquer força que tentasse impedir de se fazer aquilo que é o essencial no caso do serviço público.
2 comentários