No início do mês a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) decidiu de forma inesperada anunciar um corte em sua produção no valor de cerca de 1,66 milhão de barris por dia, o que equivale a 3% da produção mundial do produto. O mundo foi pego de surpresa, e a notícia surpreendeu até mesmo investidores do ramo. O principal efeito do anúncio foi uma disparada nos preços do petróleo no mercado mundial.
Com isso, só nas primeiras horas do dia seguinte a decisão, o contrato futuro do petróleo Brent com vencimento em junho subiu 5,71%, a US$ 84,45, com alta de cerca de 8%, no início da sessão.
Analistas e especialistas confirmam que a Opep+ tem um poder de precificação muito significativo, e o corte surpresa é consistente com sua nova doutrina de agir preventivamente sem perdas significativas de participação de mercado.
Com a redução na produção, o mesmo produto estará disponível no mercado só que em quantidade menor, mas a demanda continua a mesma, logo, regra de mercado, menor oferta com a mesma demanda, o preço sobe e prejudica quem mais precisa do produto.
Acredito que se não houvesse essa entidade regulamentadora, os países produziriam o quanto poderiam, dessa forma aumentaria a oferta e sobraria petróleo no mercado, e novamente entraria em cena a lei da oferta e da procura. Assim, aumento da oferta, demanda variável como é, os preços seriam mais baixos.
O que me leva a pensar que a Opep+ está aí apenas para controlar o mercado, e agir basicamente para aumentar o preço do petróleo no mercado mundial. As companhias trabalham com especulação, e na base da hipótese, acharam que seus custos iriam subir, logo, automaticamente os preços subiram.
O mundo precisa de preços mais baixos para apoiar o crescimento econômico que tanto almejamos. No Brasil, principalmente, quase tudo tem em seu custo de produção o valor dos combustíveis, visto que nossa logística é em sua grande maioria feita nas rodovias, logo, um aumento no preço do combustível desencadeia uma subida geral de preços, desde alimentos até produtos básicos e essenciais para o nosso dia a dia.
(*) CLAUDYSON MARTINS ALVES é empresário do segmento de combustíveis e vice-presidente do Sindipetróleo.
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