O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), anunciou uma 'cruzada' contra pichadores e grafiteiros na Capital. Nesta semana, o prefeito mandou apagar uma pintura com a palavra 'todes' nos arredores da prefeitura. Segundo ele, o protesto, que veio como resposta à postura de Abilio ao uso do pronome neutro, chamou atenção para um problema maior, a poluição visual na cidade.
"Essa pichação que foi feita levantou uma atenção a um assunto que precisa ser discutido no município, não é nem aquela palavra, nem o pronome neutro, nem nada. Acho que o que chama atenção mesmo é a gente atuar com mais rigor em cima dessa poluição visual que está ocorrendo no município de Cuiabá. Até porque ninguém quer que alguém vá lá e piche e danifique a sua propriedade. Nós vamos agir com mais rigor em cima disso, buscar nossa parceria com a Polícia Militar e ir para cima dessas pessoas", disparou o prefeito.
A polêmica do pronome neutro surgiu depois que Abilio interrompeu uma palestra da professora aposentada da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Maria Inês da Silva Barbosa, pelo uso desse tipo de linguagem. Várias entidades ligadas à Saúde, área de especialidade da professora, e até o governo Lula (PT) prestaram solidariedade a ela. Abilio, por sua vez, chamou ainda mais a atenção de conservadores e engrossou o tom contra o uso do pronome neutro na Capital.
Nesta semana, a 'pichação' no centro de Cuiabá com a palavra 'todes' ganhou as manchetes, em especial pela reação do prefeito que prontamente mandou apagar a pintura. Abilio chegou a ser alvo de críticas pela eficiência com a qual apagou a pichação, em contraste com o tempo para resolver outras demandas, como problemas de infraestrutura. Na internet, o prefeito chegou a responder "pode pichar no seu buraco que vamos mandar tampar".
À imprensa, Abilio destacou que mesmo peças artísticas, como os grafites, não serão tolerados na Capital. "Aqui no município de Cuiabá não tem permissão para fazer pichação, então nós vamos começar a usar os nossos instrumentos, a Ordem Pública, o encaminhamento à Polícia Civil. Nós não vamos aceitar pichação aqui no município de Cuiabá. Nem com palavra certa, nem com palavra errada. Agora, com palavra errada nos motiva ainda mais a ir atrás", disse.
"Por mais que às vezes pareça um ato de militância ou um ato político, chamou atenção para um problema muito mais grave. Nossos viadutos pichados, as facções pichando muros nos bairros para marcar território. Essas discussões não vamos aceitar aqui em Cuiabá. Em Cuiabá pichação está proibido. Nem que a pessoa interprete como arte, "ah, é arte. É um grafite", faça arte dentro do seu quarto, na sua casa, na sua parede, mas na parede dos outros não vai fazer. Nós vamos agir!", finalizou.
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