Quarta-feira, 12 de Fevereiro de 2025
facebook001.png instagram001.png twitter001.png youtube001.png whatsapp001.png
dolar R$ 5,77
euro R$ 5,97
libra R$ 5,97

00:00:00

image
facebook001.png instagram001.png twitter001.png youtube001.png whatsapp001.png

00:00:00

image
dolar R$ 5,77
euro R$ 5,97
libra R$ 5,97

Artigos Segunda-feira, 06 de Dezembro de 2021, 14:51 - A | A

facebook instagram twitter youtube whatsapp

Segunda-feira, 06 de Dezembro de 2021, 14h:51 - A | A

ROSANA LEITE

Então eu grito

ROSANA LEITE

“Porque há direito ao grito. Então eu grito”.

A frase de Clarice Lispector muito bem define as mulheres da atualidade. Nascida em 10 de dezembro do ano de 1920, essa ucraniana que se definia muito mais brasileira, marcou época e a história das mulheres.

Foi intitulada “a maior escritora judia desde Franz Kafka”, e, autora de vários romances, poemas, contos e ensaios, sendo considerada uma das mais importantes do século XX. Fazia questão de retratar cenas simples do cotidiano, tendo como característica de escrever a epifania. O diário, o habitual a atraia, mesmo porque, queria tocar as pessoas com as palavras.

Clarice possuía nacionalidade russa, tendo vindo para o Brasil como fuga do país em razão do antissemitismo, pela Guerra Civil.

Revolucionou, sem ser militante feminista. Mostrou em suas criações, inclusive, que as mulheres ficam sufocadas dentro de relações tóxicas, em casamentos onde o machismo impera

Quando veio para o país que dizia ser realmente a sua pátria, era um bebê de apenas 2 anos. Por aqui perdeu a sua genitora quando tinha 8 anos, sendo criada e educada pelo pai, um mascate.

Cursou direito na Universidade Federal do Rio de Janeiro, mesmo tendo muito mais afinidade com as artes literárias. Tornou-se uma das figuras mais importantes na Literatura brasileira e do Modernismo, influenciando muitos escritores e escritoras. Com 10 anos de idade escreveu a sua primeira peça teatral denominada “Pobre menina rica”, com três atos, mas que infelizmente teve as folhas perdidas. Compôs, adolescente, a primeira peça para piano, em homenagem à falecida mãe.

Apesar de não ter se declarado feminista, sem dúvida contribuiu, e muito, para que a igualdade de gênero se fizesse presente na literatura.

O feminismo estava a eclodir nos anos 40 e 50, quando estava no auge de sua produção. Todavia, não sabia da importância de se declarar em prol do feminismo à época. Revolucionou, sem ser militante feminista. Mostrou em suas criações, inclusive, que as mulheres ficam sufocadas dentro de relações tóxicas, em casamentos onde o machismo impera.

Considerada uma pessoa intensa, disparou: “Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever.” Essa é uma verdadeira lição aos tempos atuais, em que a resistência deve ser premissa máxima, principalmente para as mulheres.            

Lispector escrevia ecleticamente, se dedicando, ainda, para as crianças. E mesmo assim, não foi lúdica, tratando da realidade e não as infantilizando, como deve ser.

Entendia que o respeito deveria estar em qualquer lugar. Nasceu em dia importante mundialmente: “Dia Internacional dos Direitos Humanos”. A sua representatividade para os direitos humanos das mulheres foi real, mesmo sem que tivesse conhecimento. É dela: “Liberdade é pouco. O que desejo ainda não tem nome.”

(*) ROSANA LEITE ANTUNES DE BARROS é defensora pública estadual.

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.

Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.

Siga-nos no TWITTER ; INSTAGRAM  e FACEBOOK e acompanhe as notícias em primeira mão.

Comente esta notícia

Algo errado nesta matéria ?

Use este espaço apenas para a comunicação de erros