Domingo, 16 de Março de 2025
facebook001.png instagram001.png twitter001.png youtube001.png whatsapp001.png
dolar R$ 5,75
euro R$ 6,26
libra R$ 6,26

00:00:00

image
facebook001.png instagram001.png twitter001.png youtube001.png whatsapp001.png

00:00:00

image
dolar R$ 5,75
euro R$ 6,26
libra R$ 6,26

Artigos Terça-feira, 21 de Junho de 2011, 23:31 - A | A

facebook instagram twitter youtube whatsapp

Terça-feira, 21 de Junho de 2011, 23h:31 - A | A

Antes estar preso!

A ideia que está se criando com esta política de auxílio reclusão é a do crime ligado à vantagem, tanto no resultado financeiro dele próprio, ou no recebimento de um auxílio governamental superior ao que recebe quem honestamente trabalha

GIORGIO AGUIAR DA SILVA

Divulgação

O trabalhador acorda às seis horas da manhã pelo ímpeto da sobrevivência e para poder dar ao menos o pão de cada dia à sua família, e logo se prepara para mais um dia intenso de trabalho. Trabalha arduamente trinta dias do mês em seu labor braçal, cansativo, que não dispensa o efetivo da sua saúde para exercê-lo, para o final de um mês receber o que o Governo afirma como o “mínimo” para a sobrevivência, ou seja, míseros R$ 565,00 (quinhentos e sessenta e cinco reais) para tudo: alimentação, vestuário, educação, saúde, etc.

Em contrapartida, num outro canto da cidade, dentro de um presídio, o “reeducando”, assaltante reincidente, que cometeu crime violento, acorda no horário que lhe aprouver, sem obrigações carcerárias e de realmente se reeducar, e pelo simples fato do crime, e por não poder trabalhar e lutar pelo salário mínimo faz jus a sua família em receber ao final do mês o valor de R$ 862,11 (oitocentos e sessenta e dois reais e onze centavos).

É a completa inversão de valores!

O trabalhador que, vulgarmente falando, “rala” o mês todo, segundo o governo, obtém o valor (salário) mínimo para a sua vida de R$ 565,00, enquanto que o cidadão que comete crime e encontra-se recluso, garante à sua família o mínimo de R$ 862,11 (http://www.previdenciasocial.gov.br/conteudoDinamico.php?id=22).

É de se tratar os ganhos como valor e não como auxílio ou salário, posto que o exercício de cada trabalhador se meça pelo seu valor laboral, logo, subentende-se que para o Governo, o que faz um detento supunha ser mais valoroso do que o labor do trabalhador.

Para todo aquele que gosta do pensamento sociológico, isto é mais uma compensação à falência do sistema prisional do que a educação e mantença da família daquele que por suas próprias razões encontra-se detido.

Sobre isso é de se infirmar que o detido possui capacidade intelectual suficiente para aferir as beneficies ou não do risco do delito, e dosar se vale a pena cometê-lo ou não. Infelizmente, e não generalizando, nesta hora o detento não pensa se têm filhos, esposa, família, apenas o comete pela realização do fator econômico.

E quanto ao castigo da pena, nominado como “auxílio reclusão”, faz com que novamente se crie sistemas fracassados de reeducação, uma vez que o malefício causado pelo crime se torna menor que o castigo carcerário, ou seja, torna-se mais desejável o crime.

A ideia que está se criando com esta política de auxílio reclusão é a do crime ligado à vantagem, tanto no resultado financeiro dele próprio, ou no recebimento de um auxílio governamental superior ao que recebe quem honestamente trabalha .

Mesmo com tais considerações, é sempre melhor ser o primeiro exemplo do início do texto, o do trabalhador honrado, que mesmo com demasiada dificuldade no exercício de seu labor e pouca valorização financeira, pode chegar ao fim do dia e olhar para sua família sem qualquer restrição ou vergonha, mesmo recebendo valor financeiro governamental inferior a um detento.

Só para constar a todos os leitores, o nome deste artigo, “antes estar preso”, fica apenas na seara do campo da reflexão, porém que valha para lembrar as autoridades governamentais das suas trapalhadas gritando a voz popular a plenos pulmões: - “ESTAMOS DE OLHO”! Até mesmo porque quem paga a conta somos nós.

(*) GIORGIO AGUIAR DA SILVA é advogado em Cuiabá-MT e colaborador de Hipernoticias. E-mail: [email protected]

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.

Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.

Siga-nos no TWITTER ; INSTAGRAM  e FACEBOOK e acompanhe as notícias em primeira mão.

Álbum de fotos

Divulgação

Divulgação

Comente esta notícia

Algo errado nesta matéria ?

Use este espaço apenas para a comunicação de erros