Mulheres em espaços de tomada de decisão e liderança, como Gisela Cardoso na presidência da OAB-MT, costumam gerar incômodo em quem prefere o status quo, razão pela qual não surpreendem os ataques rasteiros de uma oposição que — já perdeu nas urnas há um ano — e hoje se recusa a aceitar a democracia, a pluralidade e a equidade.
Historicamente, fomos silenciadas, sistematicamente interrompidas e questionadas. No topo das instituições, onde a composição é majoritariamente masculina, a falta de representatividade feminina naturaliza visões únicas e pouco abrangentes.
Na OAB-MT, essa misoginia se manifestou de forma evidente e lamentável, sendo exposta na conjuntura eleitoral que reconduziu Gisela Cardoso à presidência, após uma campanha eivada de ataques pessoais, fake news e constante tentativa de deslegitimação, especialmente por parte de um grupo que não aceitou a independência e a capacidade de liderança de uma mulher que ousou não se submeter.
Com Gisela, foi eleito o primeiro conselho paritário em representatividade entre advogados da capital e do interior, com real participação de negros, pessoas com deficiência, professores, representantes da diversidade, todos advogados e advogadas de inquestionável competência e dispostos a servir à classe. Esta é a verdadeira “inclusão que subiu a rampa” na Ordem.
Mas o obsoleto modus operandi da política excludente e desonesta, moral e intelectualmente, não cessou com a proclamação do resultado das eleições de 2024 da OAB-MT. O mesmo ocorre agora no contexto da eleição da lista sêxtupla para o cargo de desembargador do TJMT, pelo Quinto Constitucional.
Convenhamos: a falaciosa retórica que tenta dividir em trincheiras a advocacia do interior e da capital não se sustenta nos fatos. Isso porque o processo de definição da lista sêxtupla é, por natureza, democrático e transparente, sendo o resultado da livre escolha do Conselho Seccional.
A verdade é que a atual gestão é criticada justamente por sua postura democrática, por não interferir no voto dos conselheiros, garantindo-lhes a prerrogativa de escolher os melhores nomes com base em currículos e características interpessoais, e não por imposição política.
É irônico que aqueles que hoje retumbam críticas na opinião pública e nas redes sociais nunca entregaram, quando ocuparam espaços fundamentais dentro da Ordem, o avanço que a advocacia do interior tanto clamava.
E sim, foi Gisela Cardoso quem proporcionou avanços, quebrando o ciclo do esquecimento e do descrédito das subseções. A paridade de gênero na lista sêxtupla do Quinto Constitucional e o reconhecimento do interior no Conselho Seccional foram concretizados por uma atuação heroica, combativa e incansável da presidente Gisela em todos os espaços que ocupou.
O ataque a uma liderança feminina, chancelado pelo silêncio mórbido de muitos que conhecem a verdade, mas preferem o obscurantismo, revela o pânico do patriarcado diante da modernização que a OAB-MT vivencia sob a liderança de Gisela Cardoso.
A OAB Mato Grosso vive um tempo de verdadeira transformação, em que o poder não é privilégio, mas serviço, e a liderança tem rosto, tem propósito e nome de mulher, a quem desejo coragem e me coloco ao seu lado para continuar a enfrentar retrocessos, mantendo-se firme no amor à advocacia e no enfrentamento aos velhos muros do preconceito.
(*) JÉSSYCA NAGANO é advogada e presidente da 29ª Subseção da OAB de Paranatinga.
Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br
Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.
Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.
Siga-nos no TWITTER ; INSTAGRAM e FACEBOOK e acompanhe as notícias em primeira mão.