Neste 15 de outubro, Dia dos Professores, não celebramos apenas uma data simbólica no calendário nacional. Celebramos a força, a resistência e a consciência crítica de uma categoria que, mesmo diante do descaso e dos ataques sucessivos, segue sendo o pilar da construção de uma sociedade mais justa, democrática e humanizada.
Os avanços que conquistamos ao longo da história — o piso salarial profissional nacional, a jornada de 30 horas, a hora-atividade e a valorização na carreira — não foram dádivas de governos, mas frutos diretos da organização sindical e da luta coletiva travada pelo SINTEP-MT e por cada trabalhador e trabalhadora da educação pública.
Entretanto, os últimos anos têm sido duros. O governo Mauro Mendes tem imposto uma política de desvalorização que agride o magistério e corrói a autoestima da categoria. Hoje, a defasagem salarial dos profissionais da educação em relação ao piso para a jornada histórica da carreira no estado chega a 32,57%, um verdadeiro escândalo em um Estado que ostenta superávit bilionário e recordes de arrecadação.
O que vemos é uma tentativa deliberada de desconstruir o serviço público, precarizando as condições de trabalho e negando o reconhecimento a quem forma todas as demais profissões. A defasagem salarial, somada à ausência de concurso público e ao acúmulo de funções, empurra os profissionais para uma rotina de sobrecarga, adoecimento físico e psicológico.
As salas superlotadas, o aumento das demandas burocráticas e a pressão por resultados desumanos refletem uma política que enxerga a educação como custo, e não como investimento. Não é à toa que o professorado tem hoje a menor remuneração entre todas as categorias do Executivo estadual. É a face mais cruel de um projeto que despreza o conhecimento e tenta reduzir o papel social da escola.
Por isso, nossa luta é por recomposição salarial imediata de 19,52%, referente à RGA que o governo insiste em negar também à categoria. Lutamos também por concurso público, que é a única forma de garantir o direito de milhares de profissionais à estabilidade e de assegurar o funcionamento pleno das escolas.
Mas o que está em jogo vai além do salário. Está em jogo o futuro da educação pública em Mato Grosso. O que está em disputa é se teremos uma escola comprometida com a emancipação humana ou uma escola voltada para o mercado e para a reprodução das desigualdades.
O Dia dos Professores deve, portanto, ser um dia de reflexão, mas também de reafirmação da nossa esperança ativa. É olhando para o futuro que mantemos viva a chama da resistência e da utopia. É acreditando na força coletiva e na justiça da nossa causa que seguimos enfrentando o autoritarismo e a indiferença.
A história mostra que cada direito conquistado foi resultado de mobilização e coragem. E será assim novamente. Porque ser professor, em tempos de retrocesso, é um ato de esperança no homem e na mulher que compõem a sociedade e fortalece a democracia .
Neste 15 de outubro, o SINTEP-MT reafirma o compromisso com a valorização dos profissionais da educação, com a escola pública e com o futuro do nosso Estado.
(*) HENRIQUE LOPES é professor e presidente do Sintep, primeiro-suplente do PT na Assembleia Legislativa.
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