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Artigos Segunda-feira, 04 de Agosto de 2025, 09:09 - A | A

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Segunda-feira, 04 de Agosto de 2025, 09h:09 - A | A

ROSANA DE BARROS

A lenda Anita Garibaldi

ROSANA LEITE ANTUNES DE BARROS

Algumas pessoas ficam conhecidas pela imensa coragem. Ana Maria de Jesus Ribeiro, ou Anita Garibaldi, se instalou na história dessa forma.  Nascida em Laguna/SC em 30 de agosto de 1821, fez a passagem em 1849, em Ravena, na Itália.

Ela nasceu um ano antes da independência do Brasil. Veio de um lar bastante modesto, e de uma prole de seis meninas e quatro meninos. O pai trabalhava fazendo o transporte de gado, e a mãe ficava em casa. Moravam em casa simples de pau-a-pique. Na adolescência de Anita, o pai dela faleceu, quando a mãe passou a trabalhar na casa de outras pessoas, para a subsistência da família. 

Anita ocupou locais pouco ocupados por mulheres durante a sua estadia terrena, transcendendo as fronteiras reservadas para o feminino em seu tempo. Conseguiu se imortalizar nas lutas armadas com o seu ideal extremamente libertário. Teve a existência marcada pela bravura, se tornando símbolo de resistência e liberdade. É dela a frase: “Não tenha medo de viver, de correr atrás dos sonhos. Tenha medo de ficar parado”.  

Além da participação na Revolução Farroupilha, a heroína Anita participou de outras: Batalha dos Curitibanos, Batalha Naval da Laguna e Batalha da unificação italiana. Naquela ocasião, ela precisou romper com os padrões de gênero e desafiar a sociedade patriarcal, se fazendo aparecer no espaço público. Importante afirmar que Anita não foi apenas a coadjuvante de um herói, mas, sim, uma combatente ativa, empunhando armas, conduzindo a tropa e tomando decisões.  

A importância de Anita para a história é tamanha, que alguns pesquisadores e pesquisadoras dizem que ela teria nascido na cidade de Lages. Todavia, entidades representativas de Laguna moveram ação judicial para a obtenção do respectivo registro de nascimento. Na fase probatória judicial, foram anexados documentos que comprovariam o nascimento naquele município. Ao final, a ação foi julgada procedente, reconhecendo o local de nascimento dela em Laguna.  

Outra curiosidade da vida da heroína é o fato dos seus restos mortais terem sido enterrados por diversas vezes. Com a morte dela na Itália, em 1849, foi primeiramente enterrada na Igreja de San Alberto, em Madriole. Após, com o temor de que a sepultura fosse descoberta e profanada, seus restos mortais seguiram para um local secreto. O padre Francesco Burzatti pede que o corpo dela volte para a igreja, o que foi atendido. Em 1859, com a anistia de Garibaldi (marido), ele decide dar um enterro digno à amada, a transferindo para Nice, na França, onde a mãe dela se encontrava enterrada. Em 1932, durante o regime fascista de Mussolini, foi ordenado o repatriamento dos restos mortais de Anita para a Itália. O monumento que vinha sendo construído para abrigar os seus restos não estava pronto, e, assim, foram temporariamente enterrados no Cemitério de Staglieno, na Itália. Finalmente, em 1932, com o mausoléu dela pronto, teve os restos mortais transferidos para o local definitivo, em Roma.

É deveras ressaltar que, por muito tempo, como tantas mulheres, Anita teve a sua história escondida atrás do marido, reduzindo-a. Todavia, é premente a memória dela como uma mulher movida por ideais de justiça e independência. Disse: “Não diga que me conhece, pois nem eu mesma sei quem sou.”

Vivemos a fase de resgate histórico para e pelas mulheres. A igualdade de gênero e a justiça social permanecem urgentes, como a resistência que moveu Anita Garibaldi. Não há romantismo capaz de apagar uma figura como a dela. A voz e as memórias das mulheres necessitam ser vistas sem o filtro masculino, com os limites e as virtudes inerentes.

Eternizou: “Mergulho no mar da minha vida, defloro o desconhecido e faço florir meu ser. Na magia do mistério, sou imigrante de mundos diferentes que me identificam e me acolhem. Diante do revelado, calo-me. E, neste silêncio, a paz se propaga”.         

(*) ROSANA LEITE ANTUNES DE BARROS é defensora pública estadual e mestra em Sociologia pela UFMT, do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso – IHGMT -, membra da Academia Mato-Grossense de Direito – AMD - Cadeira nº 29.

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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