Durante o período de estiagem, as altas temperaturas, a baixa umidade do ar e a vegetação ressecada criam condições favoráveis à rápida propagação de incêndios. Nesse contexto, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) destaca a atuação de agricultores no interior do estado, que têm se mobilizado de forma conjunta para conter e prevenir focos de queimadas.
Segundo a entidade, a cooperação entre produtores tem sido um dos principais mecanismos para mitigar os impactos do fogo em propriedades rurais, áreas de preservação e comunidades vizinhas.
Em Querência, o delegado da Aprosoja local, Valdair Hauenstein Granja, afirma que o apoio entre vizinhos tem sido fundamental no enfrentamento a incêndios. Na região, foi formado um grupo com mais de 300 produtores, voltado exclusivamente para ações de prevenção e combate.
“Estamos sempre atentos para ajudar o vizinho ou contar com a ajuda dele, caso o fogo comece. A união é essencial para controlar o incêndio o mais rápido possível e reduzir prejuízos. Qualquer alerta no grupo de WhatsApp mobiliza quem estiver mais próximo para agir”, afirma Valdair.
Já em Lucas do Rio Verde, o delegado da Aprosoja, Gilberto Eberhardt, ressalta que a preparação ocorre antes mesmo do início da temporada seca. Em parceria com o Corpo de Bombeiros, produtores participaram de reuniões para mapear propriedades com geolocalização e registrar os equipamentos disponíveis para combate ao fogo.
“O objetivo é que cada produtor informe os recursos que possui em sua propriedade. Esse levantamento facilita a resposta rápida. É importante que todos acessem o site da Aprosoja, onde há orientações para prevenção e informações sobre onde buscar apoio”, destaca.
Dados do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso (CBM-MT) apontam que, em 2024, cerca de 27,7% dos focos de incêndio registrados ocorreram em Terras Indígenas. A produtora rural Josi Paula Souza, de Água Boa, afirma que a proximidade de sua propriedade com território indígena exige atenção constante. Ela relata perdas recorrentes causadas pelo fogo.
“Já tivemos incêndios que atingiram a pastagem e comprometeram o solo, que demora a se recuperar. É um processo lento, e a área afetada fica um ano ou mais sem condições adequadas de uso”, relata.
A Aprosoja-MT informa que mantém ações de orientação aos produtores, com a distribuição de cartilhas informativas, articulação com órgãos públicos e suporte técnico para ampliar a preparação e resposta a incêndios durante o período de seca.
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