O Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT) vai coordenar as ações na busca de soluções efetivas para a crise que se instalou na região do Portão do Inferno, na MT-251, estrada que liga Cuiabá e Chapada dos Guimarães (62 km da Capital). Nesta sexta-feira (12), após visita técnica no local, o presidente do TCE, conselheiro Sérgio Ricardo, anunciou que um grupo que agrega instituições como o Senado, a Assembleia Legislativa e o governo do Estado foi criado para organizar as medidas. Um novo encontro deve acontecer na semana que vem, mas o senador Wellington Fagundes (PL) saiu incumbido de viabilizar uma audiência com o Ibama para devolver à Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) as licenças que permitirão intervenções maiores na região.
Durante a passagem pelo Portão do Inferno, o presidente da Corte de Contas teceu críticas ao governo, que chegou a ter as licenças necessárias para atuar na localidade. Segundo apontou Sérgio Ricardo, a região já apresenta problemas há décadas. Agora, a luta das instituições e autoridades é para retomar o controle estadual sobre os paredões. A primeira medida pleiteada pelo presidente do TCE, por outro lado, já é de competência do Estado: fazer a liberação permanente de uma das pistas da rodovia MT-251.
A urgência na adoção de providências é evidenciada pelos prejuízos que a interdição da via já causa. Para além da inviabilização do turismo, principal atividade econômica do município, os cidadãos já relatam situação de desabastecimento de alimentos, já que as cargas não podem ser transportadas até lá.
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“A situação é gravíssima. Hoje, nós conversamos com pessoas aqui de Chapada dos Guimarães que não têm mais comida dentro de casa, com donos de estabelecimentos comerciais que não têm mais bebida. Chapada é uma cidade turística e não está conseguindo atender o turista”, pontuou Sérgio Ricardo.
SOLUÇÕES A MÉDIO E LONGO PRAZO
Durante a manhã, representantes da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-MT), dentre outros, debateram soluções para a via, principal acesso entre Cuiabá e Chapada dos Guimarães. Para além da abertura da estrada, a mais urgente delas, foi levantada ainda a possibilidade de corte de um dos morros que oferece maior risco de deslizamento.
“Uma das soluções é o túnel, outra das soluções que também será analisada é o corte do morro para que a pista seja alargada. Estas são algumas alternativas urgentes e que poderão ser feitas a curto e médio prazo. Tudo isso passa a ser possível a partir de agora”, disse o presidente do TCE-MT.
Sobre a instalação de telas de segurança, Sérgio Ricardo avaliou a ação como paliativa. “São pedras que esfarelam, a tela não segura. Tudo isso parece que são pedras grandes, mas são um amontoado de terra. Toda água que cai penetra nessa terra e a cada chuva ela fica mais pesada, com mais vontade de cair. Se não tomar providências, tudo isso aqui vai despencar.”
A longo prazo, Sérgio Ricardo sugeriu a construção de uma ponte estaiada. “Existem outras possibilidades que a gente tem que sonhar. Por exemplo, passando por cima do buraco do portão de inferno, pode-se construir, com recursos federais, com emendas da Assembleia Legislativa e recursos do governo do Estado, uma ponte igual à Sérgio Mota, que só tem dois pontos de sustentação fora do rio Cuiabá. Isso aumentaria o poder turístico dessa região.”
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