“O melhor detergente é a luz do sol”, a afirmação é do líder de governo na Assembleia Legislativa, deputado Wilson Santos (PSDB), que destacou que Permínio Pinto (PSDB) agiu corretamente se afastando do comando da secretaria de Educação (Seduc), na noite desta terça-feira (3).
José Medeiros/GCom
O afastamento veio após a Operação Rêmora, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) na manhã de ontem. A ação, que envolve servidores públicos e um cartel de empresários, investiga suspeitas de fraudes em licitações e pagamentos de propina na Seduc.
Wilson comparou a situação de Permínio com a do ex- chefe da Casa Civil no governo Itamar Franco, Henrique Hargreaves, que decidiu deixar o cargo temporariamente, quando se tornou alvo de denúncias públicas. Hargreaves abandonou a Pasta, para não atrapalhar o presidente. Entretanto, depois de todas as investigações, nada foi concluído contra o ministro, que acabou retornando ao posto e ganhando elogios por ter se afastado durante o período de acusações.
“Eu conheço o Permínio, trabalhou comigo, tem uma vida digna. Acredito que ele não tem envolvimento nisso, inclusive, a própria juíza Selma Rosane afirmou isso em sua decisão, que não havia indícios contra ele”, disse o deputado.
Questionado sobre como a gestão vai reagir após essa situação, Wilson afirma que o próprio governador Pedro Taques (PSDB), destaca sempre a dificuldade no combate à corrupção.
“Infelizmente isso acontece em um governo e poderá acontecer de novo, porém estamos tomando as medidas cabíveis. Doa a quem doer, tem que se apurar e punir”, completou o deputado, destacando que o Gabinete de Combate à Corrupção, assim que recebeu denúncias sobre supostas fraudes que estariam ocorrendo em processos licitatórios da
Seduc, enviou um ofício à Delegacia Fazendária (Defaz) pedindo uma investigação.
Além do afastamento de Permínio, o governo exonerou Fábio Frigeri, servidor da Seduc acusado de ser um dos líderes do esquema.
Denúncia
Segundo a denúncia, a organização criminosa era composta por três núcleos: de agentes públicos, de operações e de empresários.
Os servidores da secretaria de Educação, Moisés Dias Silva, Wander Luiz e Fábio Frigeri, que receberam mandado de prisão, formavam o núcleo de agentes públicos, que era responsável por repassar as informações privilegiadas das obras que iriam ocorrer e também garantir que as fraudes nos processos licitatórios fossem exitosas, além de terem acesso e controlar os recebimentos dos empreiteiros para garantir o pagamento da propina.
O núcleo de operações, após receber informações privilegiadas das licitações públicas para construções e reformas de escolas públicas estaduais, organizou reuniões para prejudicar a livre concorrência das licitações, distribuindo as respectivas obras para 23 empresas, que integram o núcleo de empresários.
Já o núcleo de empresários, que se originou da evolução de um cartel formado pelas empresas do ramo da construção civil, se caracterizava pela organização e coesão de seus membros, que realmente logravam, com isso, evitar integralmente a competição entre as empresas, de forma que todas pudessem ser beneficiadas pelo acordo.
As fraudes no caráter competitivo dos processos licitatórios começaram a ocorrer em outubro de 2015 e dizem respeito a, pelo menos, 23 obras de construção e/ou reforma de escolas públicas em diversas cidades do Estado de Mato Grosso, cujo valor total ultrapassa o montante de 56 milhões.
Na operação foram presos os servidores Moisés Dias Silva, Fábio Frigeri e o empresário Giovani Guizzardi. O outro funcionário, Wander Luiz, recebeu mandado de prisão, entretanto, ele está viajando de férias.
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Carlos Nunes 04/05/2016
Ih! Os sites já informaram que o Gaeco gravou conversas comprometedoras, e os empresários estão dizendo que ele sabia de tudo - numa conversa gravada dizem: "é muito mais fácil dar uma obra dessa SÓ PARA ELE, sobrar seis, sete reformas entre nós. Depois dessa, o Taques tem que dizer para todos os Secretários, fiquem por dentro de tudo que acontece em cada Secretaria, e de olho vivo no dinheiro - afinal de contas é o Secretário que libera o dinheiro. Quem tem que ficar de olho vivo no dinheiro, somos nós, os eleitores, os verdadeiros donos do Poder, porque todo Dinheiro É NOSSO - fruto do Nosso Trabalho e do Pagamento dos Impostos...os governos só botam a banca com o Nosso Dinheiro, e quando dizem que estão fazendo alguma coisa boa, não fazem mais do que a obrigação. Parabéns ao Gaeco, que está desmantelando a quadrilha toda.
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