Uma creche de Várzea Grande corre o risco de ser fechada por apresentar péssimas condições de estrutura e falta de alimentação. O laudo da Vigilância Sanitária (Visa) apontou mais de 10 irregularidades no funcionamento do Centro Municipal de Educação Infantil (Cemei) Mariana Rodrigues de Azevedo, no bairro Mapim, que atende 60 crianças entre 2 e 4 anos.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Várzea Grande (Sintep-VG), Gilmar Soares Ferreira verificoU a situação.
“A Visa notificou com medidas urgentes para intervenção. A situação é dramática envolvendo desde a parte elétrica, banheiros, cobertura, brinquedos inadequados, alimentação. Para ter uma ideia a creche recebeu 13 litros de leite, quando são feitas 60 mamadeiras por dia”, revelou indignado o presidente do Sintep.
A diretora da Escola, professora Magda de Souza Hintze, encaminhou o laudo à Secretaria Municipal de Educação (SME) e a cada 15 dias, de acordo com as exigências da VISA, deverá cobrar soluções para os problemas apontados.
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A recepção da escola é na sala da diretora, sendo que tem espaço para construção, “falta investimento”.
Não bastasse os inúmeros problemas de infraestrutura, durante a visita do sindicato, foi possível ainda constatar a precariedade na alimentação escolar.
Nas prateleiras poucas caixas de leite (longa vida), vários pacotes de bolacha salgadas, alguns pacotes de macarrão, feijão e açúcar.
"Antes recebíamos 49 litros de leite por semana, que caiu para 29 e agora recebemos apenas 13 litros para fazer as mamadeiras de 60 crianças. O leite que temos aqui é doação dos pais e a comunidade escolar", afirmou a diretora apontando para 4 caixas de leite que restavam na prateleira.
PÉSSIMAS CONDIÇÕES
A escola Cemei de Educação Infantil foi notificada pela Vigilância Sanitária (VISA) pelas péssimas condições de infraestrutura. A vistoria foi realizada no dia 10 deste mês e deverá ser interditada caso os problemas apontados não forem resolvidos ainda este ano.
Ou seja, ficará impossibilitada de receber o Alvará de Licença para funcionar em 2014 por falta de condições nas instalações para receber as crianças de 2 a 4 anos.
Pontos a serem resolvidos imediatamente, segundo a Visa:
- Construção de salas para professores/funcionários e sala da direção escolar, por ocupar atualmente a sala da diretora e dos educadores.
- Ampliação e reforma das salas de aulas. A maioria das salas estão foram das medidas padrões exigidas pelas normativas de educação infantil. Além de pequenas, as salas não tem iluminação e nem ventilação.
- Trocar todo o piso da escola. O Piso é inadequado para crianças de 2 a 4 anos.
- Melhorias e reparos nas instalações elétricas que apresentam defeitos, tomadas irregulares, fiações expostas, tampadas com fita crepe e ventiladores despregando do forro.
- Construção de banheiros Masculino e Feminino e de lavanderia. A lavanderia improvisada, fica dentro do banheiro (não tem banheiro masculino e feminino). O piso não é antiderrapante. Para proteger as crianças das quedas são usados tapetes improvisados.
- Troca de telhado e forro que é de madeira. Eles não possuem caimento e já cederam com as chuvas. As salas estão sendo inundadas nesse período.
- Reforma e ampliação da cozinha e refeitório. O espaço usado para fazer a alimentação das crianças além de pequeno e sem ventilação, não tem azulejos nas paredes. A Visa exigiu que sejam azulejadas todas as paredes da cozinha e refeitório.
- Construção de um reservatório de água. A caixa usada como reservatório fica no chão coberta com ripas de madeira.
- Aquisição de novos brinquedos para o parquinho infantil. Os que existem são de ferros e inadequados para crianças de 2 a 4 anos.
- Cobertura do parque infantil e pátio da escola.
Além dos problemas citados pela Vigilância na creche, quebra sol foram improvisados para evitar o super aquecimento de salas e para amenizar o calor das técnicas que cuidam da alimentação das crianças, pois na cozinha não há exaustor e parte dos alimentos são preparados na área que no período da tarde recebe a luz do sol de forma direta.
Outro problema é verificado na frente do Centro Municipal de Educação Infantil (Cemei). Uma armação de ferro sem o toldo, que está sendo aguardado há 3 anos. A cobertura possibilitaria o uso do espaço pelas crianças.
PREFEITURA
O secretário de Educação, Jonas Sebastião da Silva, afirma que a direção da escola não encaminhou relatório da Visa à secretaria, e que ele “não tem conhecimento” do seu teor. Só com o documento ele pode se posicionar.
Ao ser questionado sobre o fato de as escolas municipais estarem há 3 anos no aguardo de reformas, ele rebateu.
“Se está aguardando reforma há 3 anos, é problema do Tião, Murilo (ex-prefeitos de Várzea Grande) . Há mais de 10 anos, as escolas municipais não recebem reforma”, cobrou.
Amanhã (21), às 19 horas, no Jardim Imperial, vai ser entregue uma escola municipal reformada, a primeira da gestão do prefeito Walace Guimarães (PMDB).
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