Patrícia Ramos, mãe de Isabele Guimarães Ramos, de 14 anos, morta em julho com um tiro na cabeça, afirmou que os laudos periciais entregues na terça-feira (11), comprovam inconsistências no depoimento da jovem investigada pelo crime. Isabele foi morta por uma amiga, também de 14 anos, no condomínio de luxo Alphaville I, no bairro Jardim Itália, em Cuiabá. "Essas pessoas são mentirosas e elas estão soltas", declarou a mulher.
Em uma entrevista ao MTTV 1ª edição, nesta quarta-feira (12), a mãe pediu justiça.
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Um das incoerências destacadas por Patrícia foi a posição em que a menor, que efetuou o disparo, estava. Segundo o depoimento da jovem, ela estaria à frente do banheiro onde Isabele morreu, mas documento técnico revelou que ela estava na “porção esquerda” do cômodo, ou seja, dentro do banheiro.
“Agora mais do que nunca, a perícia prova que a versão dela é falsa e que o depoimento também é falso”, disse.
À reportagem, a mulher garantiu que a adolescente e o empresário mentiram em seus depoimentos à Polícia Civil. Patrícia ainda clamou por justiça.
“A posição que o tiro pegou na cabeça da minha filha, a posição que ela estava dentro do banheiro, e não na porta do banheiro, tudo isso tudo revela que além desse crime hediondo que foi cometido naquela casa, naquele dia, essas pessoas mentiram em depoimento, elas são mentirosas e elas estão soltas e meu clamor hoje é por isso, onde está a justiça? Onde está o Ministério Público?”, declarou Patrícia.
A família da vítima, que havia perdido o médico Jony Soares Ramos, pai de Isabele, vítima de um acidente de trânsito em 2018, agora enfrenta o luto da jovem, que morreu com apenas 14 anos. Nesta quarta-feira (12), completa-se um mês da morte da menina. Uma carreata será realizada em Cuiabá para homenagear a jovem.
“A verdade ela é libertadora, mas ela não vai me libertar disso tudo. Eu vou viver com esse vazio para sempre, eu posso ter outros filhos, mas ninguém nunca vai substituir a minha filha, aceitar a morte, como eu disse, é difícil”, disse Patrícia emocionada.
Família nega
Ulisses Rabaneda, advogado da família da suposta autora do disparo, refutou as supostas divergências apontadas entre o depoimento da adolescente, representada por ele, e o laudo de criminalística da Perícia Ténica (Politec), amplamente divulgado pela imprensa na terça (11).
O jurista destacou que, a conclusão de que o tiro aconteceu a uma curta distância e de maneira frontal não divergem do depoimento da adolescente, divulgado anteriormente com exclusividade pelo HNT/HiperNotícias.
Rabaneda ainda salientou que nunca foi cogitado na investigação que o disparo tenha acontecido no momento da queda do case de armazenamento das armas, sendo que, conforme depoimento da jovem, o evento ocorreu quando ela já se encontrava completamente em pé.
O advogado apontou que o laudo de balística confirma as alegações da jovem, uma vez que afirma que as declarações da adolescente não citam que a arma produziu o tiro em decorrência da queda.
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