O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta terça-feira que um plano bipartidário apresentado pelo Senado de cortes de gastos é "um passo significativo" na discussão sobre o aumento do teto da dívida do país.
O plano, apresentado pelo chamado "grupo dos seis" senadores ou "gangue dos seis" consiste em reduzir o deficit público americano em US$ 3,7 trilhões.
O presidente chamou o plano de "amplo e consistente" com as diretrizes da Casa Branca para elevar o teto da dívida. Ele descreveu, ainda, como "um passo significativo".
"Nós estamos jogando no mesmo time", disse Obama, em referência à discussões entre Democratas e Republicanos.
O Congresso americano deve votar hoje a questão da elevação do teto da dívida, que já chegou a US$ 14,3 trilhões.
O presidente advertiu, porém, que o tempo para se fechar um acordo é curto.
O Departamento do Tesouro dos EUA já advertiu que se não alcançar um acordo para elevar o teto da dívida de US$ 14,3 trilhões até o próximo dia 2 de agosto, o país não poderá fazer frente às obrigações da dívida.
ALTERNATIVA
Uma proposta para elevação da dívida é a defendida por Harry Reid e Mitch McConnell, líderes democrata e republicano no Senado, que concederia a Obama poderes especiais para elevar o teto da dívida, mas obrigaria a várias votações no Congresso.
O secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, ressaltou na segunda-feira que a moratória dos Estados Unidos está "fora da mesa de negociações e não é uma opção".
A declaração foi dada na segunda-feira, a duas semanas do prazo máximo dado pelo próprio Geithner para que um acordo seja alcançado antes de o governo perder a capacidade de pagamento de suas contas, inclusive dos compromissos com investidores.
"É muito importante que a liderança do partido republicano tenha tirado definitivamente a moratória da mesa de negociação", disse Geithner em entrevista à emissora "CNBC".
No entanto, o secretário do Tesouro destacou a "necessidade de se encontrar um caminho para avançar na redução do deficit a longo prazo".
Se a alta do teto de endividamento -- atualmente de US$ 14,3 trilhões -- não for aprovada pelo Congresso, o Tesouro anunciou que o país seria obrigado a declarar-se em moratória a partir de 2 de agosto.
Republicanos e democratas continuam sem chegar a um acordo em relação ao aumento dos impostos pagos pelos americanos com rendas mais altas.
O presidente Barack Obama e os democratas o consideram um ponto fundamental, que compensaria o sacrifício que representarão os cortes nos programas sociais.
Já os republicanos dizem que a questão é inegociável, já que prejudicaria a criação de postos de trabalho, em um momento no qual a taxa de desemprego está acima dos 9%.
Geithner reconheceu a viabilidade do plano de Harry Reid e Mitch McConnell, mas ressaltou que o Governo continua "trabalhando com ambas as partes para tentar obter um pacto que não só evite a entrada em moratória, mas garanta que o país faça algo útil para resolver o problema do deficit fiscal a longo prazo".
CONGRESSO
A agência de classificação de risco Moody's declarou nesta segunda-feira que os Estados Unidos deveriam modificar a normativa que deixa nas mãos do Congresso a decisão de elevar ou reduzir o limite de endividamento do país.
"O processo legislativo de elevar o limite de endividamento cria uma incerteza periódica sobre a habilidade do governo para cumprir suas obrigações", afirmou a Moody's em relatório publicado e assinado pelo analista Steven Hess.
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