Os cubanos realizaram 3.310 operações de compra e venda de veículos desde que em novembro entrou em vigor a nova regra que permite estas transações, proibidas durante décadas, segundo dados oficiais divulgados nesta terça-feira.
O jornal oficial "Granma" publicou nesta terça que os escritórios de registro de veículos cubanos emitiram até 25 de novembro 14,63 mil certificados de propriedade de veículos, dos quais 3.310 correspondem a trâmites de compra e venda já concluídos e 994 a doações de veículos entre cidadãos.
Havana foi a província cubana onde foram realizadas mais operações deste tipo, com 543 trâmites de compra e venda e 341 doações.
Em 1º de novembro entrou em vigor o novo decreto que permite a doação e compra e venda de automóveis entre cubanos e estrangeiros residentes no país, e flexibiliza as transferências de propriedade de veículos para quem deixar a ilha em caráter definitivo.
No entanto, foi mantida a restrição para que os cubanos comprem carros totalmente novos em lojas e o governo segue controlando essas aquisições mediante uma permissão outorgada pelo Ministério de Transporte a cidadãos específicos.
Durante mais de 50 anos, o governo cubano só permitiu comprar ou vender carros de fabricação anterior a 1959, a maioria americanos e batizados como "almendrones", cuja sobrevivência nas ruas, graças ao empenho de seus donos para mantê-los em circulação, os transformou em parte da iconografia do país.
FORDS, BUICKS E CHEVROLETS
O parque automotivo privado da ilha se calcula em uns 300 mil veículos, entre os quais há muitos desses antigos e chamativos "Chevrolet", "Ford" e "Buick", assim como os procedentes do antigo bloco socialista, sobretudo da marca "Lada".
A legalização da compra e venda de veículos entre cidadãos é uma das medidas do plano de reformas econômicas do presidente Raúl Castro para "atualizar" o socialismo cubano.
Nas últimas semanas o governo também autorizou a compra e venda de imóveis e anunciou que permitirá os créditos bancários para impulsionar a produção agrícola e o financiamento dos pequenos negócios resultantes da ampliação do trabalho privado no país.
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