O lobista Andreson de Oliveira Gonçalves foi transferido de Mato Grosso para a o Complexo Penitenciário da Papuda em Brasília (DF). Ele foi preso novamente pela Polícia Federal nesta quarta-feira (12), após decisão do ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele é apontado como articulador de vendas de sentenças no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e em tribunais de justiça estaduais.
Andreson estava em prisão domiciliar desde julho, após perder mais de 30% de sua massa muscular e apresentar quadros graves de desnutrição, depressão e pensamentos suicidas. No entanto, segundo os investigadores, ele teria realizado uma greve de fome com o objetivo de fundamentar o pedido de prisão domiciliar. De acordo com a Polícia Federal (PF), o lobista já apresenta sinais de recuperação e que sua condição teria sido manipulada para sensibilizar o STF.
O nome de Andreson ganhou notoriedade após a análise do celular do advogado Roberto Zampieri, assassinado em dezembro de 2023, em Cuiabá. Há suspeitas de que Andreson e Zampieri atuavam juntos na negociação de sentenças, além de envolver a esposa do lobista e servidores do judiciário, incluindo juízes e desembargadores.
Com base nas novas evidências e na melhora do estado de saúde do investigado, o ministro Zanin determinou o retorno de Andreson ao sistema prisional. As investigações seguem em curso.
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O COMPLEXO
O Complexo Penitenciário da Papuda é uma das maiores unidades prisionais do Brasil e abriga tanto presos provisórios quanto condenados. Com capacidade para cerca de 5.300 detentos, o complexo é composto por quatro unidades principais: o Centro de Detenção Provisória (CDP), o Centro de Internamento e Reeducação (CIR) e as Penitenciárias do Distrito Federal I e II (PDF I e II).
A Papuda ganhou notoriedade nacional por receber presos de alta visibilidade, especialmente políticos envolvidos em escândalos como o Mensalão, entre eles José Dirceu e Valdemar Costa Neto. Recentemente, o complexo voltou ao centro do debate público como possível destino do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado.
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