A Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso (DPEMT), por meio do Núcleo de Defesa das Mulheres (Nudem), realizará a partir do dia 24 de novembro, em Cuiabá, a exposição “Desenhos que Falam: percepções sobre a violência doméstica”. A mostra reúne trabalhos produzidos por estudantes do 5º ao 9º ano de escolas estaduais da capital e propõe um olhar sensível sobre o tema da violência doméstica e familiar.
Durante o mês de agosto, as defensoras públicas Rosana Leite Antunes de Barros e Zanah Figueiredo Carrijo visitaram diversas escolas para dialogar com os alunos sobre o combate à violência doméstica. As atividades ocorreram em alusão à campanha nacional “Agosto Lilás”, que promove ações de enfrentamento a esse tipo de violência. A partir das visitas, surgiu a ideia de reunir os desenhos feitos pelos alunos e transformá-los em uma exposição aberta ao público.
“A exposição tem como objetivo externar como as meninas e os meninos estão tratando do assunto, que se perfaz em um dos atuais males mundiais a serem enfrentados. O artigo 8º, da Lei Maria da Penha, traz, dentre outras políticas públicas, a inclusão nos currículos escolares do enfrentamento à violência doméstica. Essa é uma política pública um pouco distante da atual realidade de Mato Grosso, infelizmente. Todavia, quando os alunos externam, através de desenhos, como enxergam a temática, a exposição se torna de extrema importância para que a sociedade possa tratar do assunto, fomentando o debate”, afirma Rosana Leite.
O debate se torna ainda mais urgente diante dos dados divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, no Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025. Mato Grosso aparece como o estado com a maior taxa de feminicídios do país em 2024, com 2,5 casos para cada 100 mil habitantes — quase o dobro da média nacional, que é de 1,4. No ano passado, foram registradas 100 mortes de mulheres em razão do gênero. Em 2023, o estado também havia liderado o ranking, com 103 feminicídios.
Para a defensora pública Rosana Leite, o investimento em educação é uma das principais formas de transformar essa realidade. “O enfrentamento à violência contra as mulheres tem sido tema constante no Enem, inclusive, no ano de 2023, foi tema de pergunta daquele ano uma campanha da Defensoria Pública de Mato Grosso intitulada: ‘Eu uso máscara, mas não me calo’. A educação é a melhor forma de se enfrentar a violência contra as mulheres. É por meio da educação que os resultados podem ser vistos a médio e longo prazo, com os efeitos reais desejados para o combate”, reforça.
Além de valorizar a expressão artística dos estudantes, a exposição busca estimular a reflexão sobre o papel das escolas na formação de uma cultura de respeito e igualdade de gênero, contribuindo para a construção de uma sociedade livre de violência contra as mulheres.
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