O líder de facção criminosa, Tiago Telles, foi condenado a 20 anos de reclusão pelo assassinato brutal de Billy Mateus Carvalho de Faria. A decisão do Tribunal do Júri da comarca de Tapurah (a 389 km de Cuiabá), é desta segunda-feira (21).
O Conselho de Sentença acolheu integralmente a tese do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), reconhecendo que o crime foi cometido com motivação torpe e através de uma emboscada. O júri também confirmou que Telles orquestrou todo o homicídio à distância, controlando cada passo dos demais executores.
Crime coordenado de dentro da prisão
A investigação revelou detalhes chocantes sobre a frieza do líder. Mesmo preso na Penitenciária Central do Estado (PCE), Tiago Telles coordenou o assassinato usando mensagens de celular.
Ele agiu em parceria com Robson Júnior Jardim dos Santos, outro líder da mesma facção em Tapurah e região. As provas obtidas foram cruciais e contaram com o apoio da "Operação Dissidência", da comarca de Sorriso.
A vítima, Billy Mateus, foi atraída para uma emboscada sob o pretexto de receber drogas para revenda e acabou executada com quatro tiros às margens da Rodovia MT 338, em maio de 2022.
A denúncia do Ministério Público, assinada pelo promotor de Justiça Marlon Pereira Rodrigues, detalhou as razões torpes por trás do crime. Entre elas, o envolvimento da vítima com uma ex-companheira de outro faccionado e a prática de "cabritagem" – termo usado para a venda de drogas sem a permissão da facção.
"A sentença do júri é uma demonstração clara de que o povo de Tapurah, representado pelos jurados, mantém tolerância zero ao crime organizado. A justiça foi feita graças ao trabalho incansável da Polícia Civil e da Promotoria local. A condenação do réu representa um marco no combate ao crime organizado na região e reforça o compromisso das instituições com a proteção da sociedade", afirmou o promotor Marlon Pereira Rodrigues, celebrando o resultado.
Vale lembrar que Robson Júnior Jardim dos Santos, o comparsa de Telles, já havia sido julgado em agosto de 2024. Ele também foi condenado por homicídio qualificado, recebendo uma pena ainda maior: 32 anos, um mês e 25 dias de reclusão.
O julgamento em Tapurah contou com o apoio essencial do Grupo de Atuação Especial no Tribunal do Júri (GAEJúri). Instituído em maio deste ano pelo procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, Rodrigo Fonseca Costa, o GAEJúri é uma unidade temporária criada para fortalecer e auxiliar os promotores em todo o estado nos julgamentos perante o Tribunal do Júri, especialmente em casos de maior complexidade, relevância social ou grande repercussão. Sua atuação é fundamental para garantir a eficiência e a justiça em processos que impactam diretamente a segurança da sociedade.
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