O Juízo da 12ª Vara Criminal de Cuiabá acolheu, nesta sexta-feira (03), a denúncia oferecida pelo Núcleo de Defesa da Vida do Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT) e pronunciou os réus Antônio Gomes da Silva, Hedilerson Fialho Martins Barbosa e Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas pela prática de homicídio triplamente qualificado contra o advogado Roberto Zampieri.
A decisão reconheceu a existência de indícios suficientes de autoria e materialidade, autorizando que os acusados sejam submetidos a julgamento pelo Tribunal do Júri. O magistrado também determinou a manutenção da prisão cautelar dos três réus, em razão da gravidade dos fatos e da necessidade de assegurar a ordem pública e a aplicação da lei penal.
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Em paralelo, segue em trâmite no Supremo Tribunal Federal (STF), sob relatoria do ministro Cristiano Zanin, o inquérito complementar que investiga a eventual participação de mandantes no crime. O processo principal permanece em segredo de justiça.
O crime
O advogado Roberto Zampieri foi assassinado em dezembro de 2023, no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá, próximo ao seu escritório. De acordo com a denúncia, Antônio Gomes da Silva, utilizando recurso que dificultou a defesa da vítima, teria sido o executor dos disparos, com auxílio de Hedilerson Fialho Martins Barbosa. Ambos teriam agido mediante paga e promessa de recompensa, efetivada por Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas.
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A denúncia foi subscrita pelos promotores de Justiça Samuel Frungilo (21ª Promotoria Criminal), Marcelle Rodrigues da Costa e Faria (28ª Promotoria Criminal), Vinícius Gahyva Martins (1ª Promotoria Criminal) e Jorge Paulo Damante Pereira (2ª Promotoria Criminal).
“Celular-bomba” e a Operação Sisamnes
A morte de Zampieri desencadeou um dos maiores escândalos recentes do Judiciário brasileiro. O celular da vítima, apreendido logo após o crime e apelidado de “celular-bomba”, revelou indícios de um esquema de venda de sentenças, corrupção e tráfico de influência envolvendo advogados, lobistas e magistrados.
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As informações extraídas do aparelho serviram de base para a Operação Sisamnes, deflagrada pela Polícia Federal em 2024. A investigação expôs a atuação de intermediários na negociação de decisões judiciais, movimentações financeiras milionárias, além da suspeita de envolvimento de desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso e até de magistrados de cortes superiores.
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