O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse que, ainda nesta 3ª feira (10.jan.2023), serão expedidos 50 pedidos de prisões a extremistas que participaram dos atos do 8 de Janeiro. Também informou que no dia das invasões às sedes dos Três Poderes mais de 1.000 prisões em flagrante foram realizadas.
Dino explicou que uma parte dos pedidos vai englobar extremistas que participaram diretamente do ato, mas não foram detidos em flagrante. Além disso, organizadores e financiadores também estão inclusos. “Nós temos já pedidos relativos a pessoas que não vieram a Brasília, mas participaram do itinerário criminoso. São organizadores, financiadores, que nós já identificamos, e vão levar a esses pedidos de prisão”, disse o ministro em entrevista à GloboNews nesta 3ª feira (10.jan).
Ele afirmou que as prisões devem ser temporárias, pelo prazo de 5 dias, podendo ser prorrogadas ou convertidas em preventivas, em que não há prazo para acabar. Segundo o ministro, as medidas devem ser revisadas a cada 90 dias.
Dino informou que caberá aos delegados analisarem os casos para aplicarem o modelo de detenção.
As expedições dos mandados de prisão ficarão sob responsabilidade do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, relator dos casos que envolvem o inquérito de atos com pautas antidemocráticas.
Na 2ª feira (9.jan), Dino disse que já haviam sido identificados os financiadores dos atos de vandalismo em 10 Estados. O processo se dá nos inquéritos abertos pela PF (Polícia Federal) para apurar as invasões do Congresso, Palácio do Planalto e STF. Serão 3 investigações, uma para cada prédio.
Invasão aos Três Poderes
Por volta das 15h de domingo (8.jan.2023), extremistas de direita invadiram o Congresso Nacional depois de romper barreiras de proteção colocadas pelas forças de segurança do Distrito Federal e da Força Nacional. Lá, invadiram o Salão Verde da Câmara dos Deputados, área que dá acesso ao plenário da Casa. Equipamentos de votação no plenário foram vandalizados. Os extremistas também usaram o tapete do Senado de “escorregador”.
Em seguida, os radicais se dirigiram ao Palácio do Planalto e depredaram diversas salas na sede do Poder Executivo. Por fim, invadiram o STF (Supremo Tribunal Federal). Quebraram vidros da fachada e chegaram até o plenário da Corte, onde arrancaram cadeiras do chão e o brasão da república. Os radicais também picharam a estátua “A Justiça” e a porta do gabinete do ministro Alexandre de Moraes.
Os atos foram realizados por pessoas em sua maioria vestidas com camisetas da seleção brasileira de futebol, roupas nas cores da bandeira do Brasil e, às vezes, com a própria bandeira nas costas. Diziam-se patriotas e defendiam uma intervenção militar (na prática, um golpe de Estado) para derrubar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
ANTES DA INVASÃO
A organização do movimento havia sido percebida previamente pelo governo federal, que determinara o uso da Força Nacional na região. Pela manhã de domingo (8.jan), 3 ônibus de agentes de segurança estavam mobilizados na Esplanada. Mas não foi o suficiente para conter a invasão dos radicais na sede do Legislativo.
Durante o final de semana, dezenas de ônibus e centenas de carros e pessoas chegaram na capital federal para a manifestação. Inicialmente, o grupo se concentrou na sede do Quartel-General do Exército, a 7,9 km da Praça dos Três Poderes.
Depois, os radicais desceram o Eixo Monumental até a Esplanada dos Ministérios a pé, escoltados pela Polícia Militar do Distrito Federal.
O acesso das avenidas foi bloqueado para veículos. Mas não houve impedimento para quem passasse caminhando.
Durante o domingo (8.jan), policiais realizaram revistas que queriam ir para a Esplanada. Cada ponto de acesso de pedestres tinha uma dupla de policiais militares para fazer as revistas de bolsas e mochilas. O foco era identificar objetos cortantes, como vidros e facas.
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