Apesar disso, os dados recentes apontam desaceleração, destaca a entidade. O índice de atividade recuou 1,8% desde abril, e vendas do varejo e produção industrial voltaram a cair em setembro. A confiança empresarial também se enfraqueceu. Para a OCDE, o investimento deve perder força em 2026, pressionado por juros elevados, incerteza global e tarifas dos EUA sobre exportações brasileiras, cujo impacto ainda é limitado graças à diversificação de mercados.
Outro ponto ressaltado é a inflação, que segue acima da meta. O IPCA deve ficar em 5,1% em 2025, ante previsão anterior de 5,7%, recuando para 4,2% em 2026 (ante projeção anterior de 5%) e para 3,8% em 2027. Energia elétrica, alimentos e serviços continuam entre os principais vetores de pressão inflacionária, diz a OCDE. O documento destaca que expectativas para 2026 e 2027 permanecem acima do centro da meta, de 3%.
Com esse quadro, a política monetária permaneceu dura: o Banco Central levou a Selic a 15% em julho, de 11,25% no fim de 2024. A expectativa é que o afrouxamento comece apenas em 2026, com trajetória gradual até cerca de 10,5% em 2027, aponta a organização. O relatório destaca que um mercado de trabalho apertado e a combinação de salários em alta e déficit fiscal ainda pressionam preços, exigindo manutenção de uma postura "restritiva por mais tempo".
No campo fiscal, a OCDE vê risco elevado ao cumprimento das metas. O déficit segue "expressivo", e a dívida bruta - hoje em 77,7% do PIB - deve continuar crescendo. A organização projeta que o indicador avançará para 80,1% em 2026 e 82,2% em 2027. Em junho, as projeções já apontavam deterioração, mas em ritmo ligeiramente menor: a dívida subiria de 76,5% em 2024 para 78,2% em 2025 e 82,2% em 2026. A instituição reforça que será necessário esforço adicional de consolidação, sobretudo no controle de gastos obrigatórios, para manter a dívida em trajetória sustentável. Uma eventual frustração das metas poderia ampliar a incerteza e prejudicar o investimento.
(Com Agência Estado)
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