Os dados divulgados no final da semana passada, assim como falas recentes de autoridades do Banco Central, levaram os investidores ao consenso de que o mais provável é o Comitê de Política Monetária (Copom) elevar a Selic de 10,50% para 10,75% na semana que vem, com prováveis novos aumentos na sequência.
"O mercado convergiu bastante para a alta de 25 pontos-base. Para isso, ajudaram algumas coisas. O principal foi a fala do Roberto Campos, de que se formos ter um ciclo de alta da Selic, seria gradual. Teve repetição dessa mensagem com Diogo Guillen na sexta-feira, mas a mensagem dele pareceu tirar um pouco do 'se' e focar na alta de 25 pontos-base e em um começo mais gradual, e que nada impediria de fazer ajustes nas reuniões seguintes", disse Gustavo Okuyama, gestor de renda fixa da Porto Asset.
As falas de ambos ganham peso também porque o período de silêncio do Copom começa na quarta-feira, e que a partir dali até o dia 18 não haverá mais manifestações públicas da diretoria do Banco Central sobre a política monetária.
Este cenário de potencial alta da Selic - que passou a ser reconhecido com atraso pelo Boletim Focus nesta segunda-feira, o que chegou a impulsionar as taxas de DI nesta manhã - diminuiria a necessidade de juros maiores no futuro, o que justificaria a queda nas taxas médias e longas observadas em grande parte do pregão.
Além disso, a agenda desta semana só começa a pegar tração a partir de terça-feira. "Hoje acaba sendo um dia para preparar os investidores, como um gap antes que tenhamos os primeiros dados. Essa semana é muito importante para juros, porque teremos dados de inflação aqui, dados de inflação nos Estados Unidos e decisão de política monetária na Europa", afirma Matheus Spiess, analista da Empiricus Research .
O economista-chefe do Banco Bmg, Flávio Serrano, considera que a mudança no trecho intermediário e longo da curva de juros, que passou a adotar viés de alta, decorre de ajustes pontuais antes do IPCA, em um pregão com baixa liquidez.
A taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 fechou a 11,755%, de 11,732% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2027 encerrou a 11,715%, de 11,694%, e o vencimento para janeiro de 2029 fechou a 11,805%, ante 11,789%.
(Com Agência Estado)
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