"Os EUA precisam adotar medidas para abordar o déficit do governo federal, observando que a relação dívida federal/PIB está em um caminho para exceder seu recorde histórico após a Segunda Guerra Mundial", alertou, em discurso que antecede as reuniões anuais do organismo, que acontecem em Washington, nos Estados Unidos, na semana que vem. "Precisamos de ação sustentada que vá além dos gastos discricionários", reforçou.
Uma segunda recomendação do Fundo aos EUA é a implementação de medidas para incentivar a poupança doméstica. Como exemplo, Georgieva mencionou a expansão dos planos existentes que oferecem tratamento fiscal favorável para poupança para aposentadoria, entre outros possíveis ajustes de política fiscal.
Já na China, onde a poupança privada é "cronicamente alta" e a demanda doméstica é
contida por um ajuste prolongado do setor imobiliário e pressões deflacionárias, o FMI recomenda a "expansão fiscal transitória e a recomposição fiscal permanente". "A China precisa de um pacote fiscal-estrutural para impulsionar o consumo privado, transitar para um novo modelo de crescimento e reaquecer sua economia", avaliou a diretora-geral do Fundo.
Segundo ela, o pacote da China deve incluir mais gastos em redes de segurança social e revisão do setor imobiliário, e menos em política industrial. O FMI estima os custos em 4,4% do PIB por ano.
Quanto à Alemanha, sua recente mudança estrutural para uma política fiscal mais expansiva, que deve ajudar a reduzir o superávit em conta corrente, mostra que correções podem ser feitas, conforme Georgieva.
Segundo ela, o gasto público em infraestrutura, ao melhorar os incentivos para o investimento privado doméstico, será especialmente benéfico enquanto o país busca injetar novo dinamismo no setor empresarial.
Consolidação fiscal
A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional reforçou o alerta à necessidade de países riscos e pobres adotarem reformas que levem à consolidação fiscal.
A dívida pública global está projetada para exceder 100% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial até 2029, liderada por economias avançadas e de mercados emergentes, calcula o organismo, com sede em Washington, nos Estados Unidos.
"A consolidação fiscal é necessária em países ricos e pobres. A consolidação é difícil como muitos dos episódios recentes de agitação social mostram", avaliou Georgieva.
Segundo ela, é possível os países reduzirem os seus déficits de forma significativa com um plano fiscal que seja bem planejado, comunicado e implementado.
Georgieva também alertou para a necessidade de os governos diminuírem os desequilíbrios de conta corrente. "Esses desequilíbrios podem desencadear uma reação protecionista, e sendo espelhados por fluxos de capital líquido, podem alimentar riscos de estabilidade financeira", avaliou.
(Com Agência Estado)
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