A greve dos bancários, que já entra na sua terceira semana, tem gerado transtorno para a população que necessita de atendimento específico. Com o efetivo de 30% dos servidores nas unidades para efetivar as transações do auto-atendimento, o movimento grevista atinge 100% dos bancos de Cuiabá e Várzea Grande.
José Carlos Ribeiro da Silva é correntista da Caixa Econômica Federal (CEF) e foi até a unidade da rua Barão de Melgaço, na manhã desta segunda feira (19), na esperança de ser atendido, pois tinha ouvido comentários de que os serviços seriam retomados. O que não ocorreu.
José está desempregado e precisa de uma chave de segurança fornecida pelo banco para poder sacar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). “A greve me atrapalhou e muito. Eu acertei com a firma há um mês e estou com o fundo de garantia retido porque o banco está em greve e eu não posso sacar. Consegui pegar o seguro desemprego, mas preciso de uma chave para sacar o fundo de garantia e isso eu só consigo pegar com a atendente”, relata.
Conforme ele, antes da greve conseguiu sacar parte do recurso, mas agora está com o restante do dinheiro parado. “As contas chegam uma atrás da outra e eu preciso do dinheiro para as despesas do dia a dia e não posso pegar pela falta de atendimento”, queixa-se o cidadão.
Na manhã desta segunda-feira, servidores do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários e do Ramo Financeiro (SEEB) fizeram uma mobilização em frente do Bradesco, na rua Barão de Melgaço. Além de chamar a atenção para sua reinvindicação, os servidores visavam o contato com o usuários dos bancos, explicando os motivos pelos quais estavam parados e contando com a compreensão dos mesmos.
“Desgaste para a população existe. Mas buscamos mostrar a população nossos motivos e o quanto os banqueiros são intransigentes. Nossa pauta não é só econômica, queremos discutir com a Finaban a contratação de pessoal e as condições de trabalho”, explica Clodoaldo Barbosa, presidente do SEEB.
Conforme o presidente, desde que iniciada a greve nacional dos bancos foram feitas rodadas de negociações com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), mas sem sucesso no acordo.
“Depois de várias tentativas de negociações, a Fenaban se mostra intransigente. Eles querem impor perdas aos trabalhadores. A proposta deles é recomposição de 7% e R$ 3.300 de abono, sendo que a inflação do período é de 9,62%. Recusamos esta proposta na mesa de negociações e a greve continua por tempo indeterminado”, declara Clodoaldo.
O presidente informa que a categoria segue aberta para as negociações e que os usuários devem utilizar o auto atendimento no caixa eletrônico ou via internet para efetuar suas transações financeiras.
Além da recomposição citada pelo presidente, a categoria quer também contratação de novos servidores e melhorias na condições de trabalho da categoria.
Segundo o presidente do Sindicato, Cuiabá, Várzea Grande, Tangará da Serra, Sinop e Cáceres estão com 100% das atividades paradas. A estimativa é de que 80% das unidades estejam paradas no Estado.
Até sexta-feira (16) eram mais de 12 mil agências e centros administrativos paralisadas em todo o Brasil. Em Mato Grosso, mais de 270 agências estão fechadas.
Outro lado
A Fenaban foi procurada e informou que não há reunião agendada para tratar de negociações com a categoria nos próximos dias. Entretanto, ressalta que a proposta da FENABAN consiste não apenas no reajuste de 7% para os salários e benefícios, mas também a um abono de R$ 3.300,00 a ser pago até 10 dias após a assinatura do acordo.
Confira nota na ìntegra:
Gostaríamos de ressaltar que a proposta da FENABAN consiste não apenas no reajuste de 7% para os salários e benefícios, mas também a um abono de R$ 3.300,00 a ser pago até 10 dias após a assinatura do acordo. A nova proposta resulta numa remuneração superior à inflação prevista para os próximos doze meses, com ganho expressivo para a maioria dos bancários conforme se vê na tabela a seguir:
Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.
Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.
Siga-nos no TWITTER ; INSTAGRAM e FACEBOOK e acompanhe as notícias em primeira mão.
Cleber Ourives 19/09/2016
O grande problema é que os Bancos não estão disponibilizando os 30% da mão de obra, conforme preceitua a Lei de Greve.
1 comentários