“Se você ouvir alguma coisa na casa ao lado, chame a polícia. Se alguém tivesse ligado para a polícia quando ouviu elas gritando, elas poderiam estar vivas agora”. O apelo é de Tauany Micheli, sobrinha de Cleci Calvi Cardoso, assassinada aos 46 anos junto das três filhas, Miliane, de 19 anos, Manuela, de 13 anos, e Melissa, de 10 anos, no dia 25 de novembro, em Sorriso (397 km de Cuiabá).
Emocionada, Tauany Micheli, em entrevista ao podcast Crime S/A, do jornalista Beto Ribeiro, fez dois pedidos à sociedade brasileira em razão dos crimes. Um deles foi para que a população seja mais ativa diante de pedidos de socorro e gritos. “O bairro era seguro. Se você ouve alguma coisa na casa ao lado, chame a polícia, a gente não sabe o que acontece na casa do lado. Se alguém tivesse ligado para polícia quando ouviu elas gritando, elas poderiam estar vivas agora”, disse a jovem, chorando.
Outro pedido da familiar das vítimas na entrevista é quanto à necessidade de um ferramenta para a população se proteger de maníacos, como a criação de um banco de dados de estupradores. “A minha família morreu porque nossa Justiça não o prendeu quando tinha que prender. Ele deveria estar na cadeia, deveria estar fichado há muito tempo. Queria fazer um pedido à nossa sociedade para que tenhamos um banco de dados nacional de estupradores. Porque se ele tivesse fichado no banco nacional, se tivesse um site para a gente pesquisar de pessoas fichadas perto de nós para gente se proteger, se ele tivesse fichado, trabalhando do lado da casa da minha tia, hoje elas estariam comigo”, declarou Tauany.
O apelo da sobrinha surgiu logo após a participação da perita criminal, Rosângela Monteiro, na entrevista. Ela reforçou que o assassino preso em flagrante é um predador sexual, um serial killer. “Quanto mais sangue, mais grito, mais medo, mais excitado o psicopata serial killer tem tesão. O indivíduo entra em frenesi, ele mata pelo desejo, é todo um conjunto”, pontuou.
A chacina da família chocou o país e até mesmo a equipe policial. Ao jornalista Bruno Barreto, o delegado da Polícia Civil de Sorriso, Bruno França, falou sobre a dinâmica do crime. “Não entrava na nossa cabeça, não queríamos acreditar no pior. Não entendíamos como ele matou as vítimas sozinho. Mas, depois, identificamos que ele não estuprou e matou, ele esgorjou as três vítimas e, enquanto, elas agonizavam as estuprou”, revelou.
A sobrinha e prima das vítimas disse ainda que a família prometeu não ir à casa onde foram brutalmente assassinadas e o pai das crianças e marido de sua tia está muito abalado.
“Ele não foi na casa. Prometemos não ir lá. Parentes pegaram alguns pertences e vão lavar, mas não vamos lá”, disse Tauany.
O criminoso Gilberto dos Anjos que confessou ter estuprado e matado as vítimas está preso na Penitenciária Central do Estado (PCE-MT).
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