Estudantes de medicina acionam ministério público para exigir qualidade no ensino

Mayke Toscano/Hipernotícias

Estudantes, que iniciaram protesto  há mais de um mês,  devem receber proposta do Plano Pedagógico no dia 15 de julho

Cerca de 200 estudantes, do 1º ao 5º semestres da UFMT, estão mobilizados e até admitem estudar noções jurídicas para exigir o direito de terem o ensino de qualidade. A Faculdade de Medicina ficou conhecida  em 2008 por conseguir a nota máxina na avaliação do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) de 2007.

Agora, depois de tantos holofotes, a faculdade se vê mergulhada numa crise denunciada pelos próprios alunos que dizem que a situação é tão complexa que preferiram se afastar da sala de aula para tentar reverter o quadro.

Andréia T. Teixeira, estudante e uma das representantes da mobilização, disse que todos entraram com o documento no Ministério Público na quarta-feira (6) e que esperam que algo seja feito pelo curso, que do lado de fora acreditava-se estar formando médicos com uma boa estrutura física e pedagógica.

No documento, Andréia conta que fizeram uma retrospectiva de quando se propôs dobrar o número de vagas de 40 para 80 alunos. “Fizeram um projeto de expansão de vagas, e colocaram que seria necessário a estrutura para comportar mais alunos”, comenta.

Mesmo com a indicação, a aprovação do projeto de expansão ocorreu de 2007 para 2008, época em que o curso recebeu a melhor nota do Enade, mas negligenciou parte da estrutura curricular, no qual faltam muitos professores. Além disso, falta estrutura da própria faculdade que deveria ter um novo bloco e acreditaram na promessa que um novo Júlio Müller (hospital Universitário) seria construído com 250 leitos. Algo que nem mesmo o Estado conseguiu fazer até o momento.

A falta de docentes também é um percauso que muitos cursos de universidades brasileiras passam. Segundo Andréia, dos 137 professores da Faculdade, muitos trabalham na jornada dupla entre a assistência no Júlio Muller e a sala de aula, que afeta o rendimento do curso.

A discente também faz duras críticas ao corpo docente. “Muitos professores ainda não entenderam a nossa situação. Então acredito que se eles tiverem vontade eles podem reverter essa situação, não é impossível, muito pelo contrário é possível".

A jovem estudante se refere ao Plano Pedagógica coerente com o curso que abrigou o dobro de estudantes e que até o momento, mais de um mês depois da luta encampada, não foi apresentado. “Esperamos que a Universidade nos ofereça um projeto pedagógica que atenda os nossos anseios”,

MOBILIZAÇÃO DOS ESTUDANTES 
 
Estudantes continuam em mobilização. Os alunos apresentam faixas, cartazes mostrando os problemas que enfrentam à população, que um dia usarão seus serviços.

Na quarta-feira (06) à tarde, se reuniram na Praça Santos Dumont . Na quinta-feira (07) e nesta sexta-feira (08) estavam pela manhã no hospital Júlio Müller, para conscientizar os próprios professores, que segundo Andréia, alguns deles não se atentaram para a crise na qualidade de ensino que estão enfrentando.

GESTÃO

Os Departamentos da Faculdade, Clínica Médica e Cirúrigca, Ginecologia e Obstetrícia, Saúde Básica, Pediatria, Atenção Básica, junto com a coordenação do curso se reunirão na próxima segunda-feira (11) em regime de colegiado para definir a situação.

Na terça-feira (12) a congregação do curso, a maior instância de deliberação de medidas, se reunirá e deve apresentar um resultado de ações aos estudantes até o dia 15 de julho.    

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