O supermercado Comper foi obrigado a fechar a unidade da Avenida do CPA no fim da tarde desta quarta-feira (23). Clientes que estavam em compras foram convidados a se retirar às pressas da loja por volta das 17h30, em cumprimento a ordem judicial para a desocupação do local devido à falta de pagamento de alugueis do prédio.
Jessica Bachega / HiperNotícias

Um cartaz na porta da unidade dizia que o fechamento era devido a 'problemas técnicos'
A decisão foi emitida pelo juiz Yale Sabo Mendes, da 7ª Vara Cível de Cuiabá, em desdobramento da ação que a Piran Participações e Investimentos Ltda., proprietária do imóvel, move contra o Grupo Pereira, dono da Rede Comper, pelo atraso no pagamento de três anos de pagamento de alugueis, que já somam R$ 1,8 milhão.
Além da ordem de despejo, o magistrado definiu o prazo de 15 dias para que o Grupo Pereira pague os alugueis acumulados. O não pagamento da dívida acarretará em multa de 10%, além de despesas com honorários advocatícios.
Na hora do embargo, a gerência do supermercado informou que a loja estava fechada devido a problemas técnicos, comunicado que estava em cartazes fixados na fachada da unidade. Hoje uma faixa informa que não há atendimento no local e pede aos consumidores que se desloquem para as demais lojas da rede, que estão atendendo normalmente.
O Comper tem unidades em Cuiabá e Várzea Grande. Considerado uma das maiores redes de supermercados do estado, assumiu também algumas lojas do Supermercado Modelo, que declarou falência.
REAJUSTE
O valor inicial do aluguel da unidade da Avenida do CPA foi fixado em R$ 66,7 mil. Contudo, alguns anos depois a Piran Participações tentou renegociar o valor do imóvel, alegando que a região próxima ao Centro Político Administrativo sofreu grande valorização.
Para isso, apresentou avaliações da Câmara de Valores Mobiliários de Cuiabá, que apontaram que o preço do imóvel era de R$ 17,6 milhões em 2006 e saltou para R$ 33,6 milhões no final de 2013.
Como não conseguiu reajustar o aluguel, a Piran entrou na Justiça e conseguiu uma liminar determinando que a Rede Comper pagasse R$ 122,4 mil pelo aluguel do imóvel. Mais tarde, a decisão foi reformada em segunda instância e o valor subiu para R$ 160 mil.
OUTRO LADO
Por meio de nota, a assessoria do Comper afirmou que não concorda com o reajuste no preço do aluguel, que classificou como "especulação imobiliária", e está trabalhando com sua equipe jurídica na decisão judicial.
Confira a nota na íntegra:
A Rede Comper vem a público informar que está analisando a medida judicial a que foi imposta, com seu corpo jurídico.
Declara não concordar com os termos da medida que se refere aos valores que o proprietário quer impor ao contrato, uma vez que se eleva em muito aos índices de reajuste oficiais, conotando especulação imobiliária.
A Rede, uma das maiores do país, cumpre seus compromissos de forma reta e responsável em todos os negócios em que atua. Quanto a contratos, não concorda em pagar valores acima dos indices aplicados pelo mercado, pois pratica preços justos em seus produtos.
Tal medida implica na geração de mais de 500 postos de trabalho e geração de impostos, principalmente num momento do atual cenário econômico do país.
Pelo momento, pedimos desculpas aos nossos clientes e estamos à disposição em uma de nossas lojas mais próximas.
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