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Artigos Segunda-feira, 01 de Agosto de 2011, 10:44 - A | A

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Segunda-feira, 01 de Agosto de 2011, 10h:44 - A | A

Zé Bolo sem Flor

Muitos que viveram em Cuiabá nos anos 60 e 70 conheceram Zé Andarilho, Zé Meio Louco, Zé Poeta, Zé do Saco e que ficou imortalizado como Zé Bolo Flor. Não existe uma história sobre sua vida, mas virou uma figura folclórica e mística cheia de estórias

WILSON FUÁ

 

Divulgação

 

Muitos que viveram em Cuiabá nos anos 60 e 70 conheceram Zé Andarilho, Zé Meio Louco, Zé Poeta, Zé do Saco e que ficou imortalizado como Zé Bolo Flor.

De família pobre, morador do Baú, moreno de cabelos crespos, estatura mediana, tinha o jeitão simples e alegre do povo humilde de Cuiabá, sem estudo, mas de uma veia poética que produzia prosas e poesias, e que muitas vezes já nascia com musicalidade, letras que ficaram perdidas no tempo, sem registro. Seu pen-drive era um saco de estopa que usava para guardar seus escritos, poesias simples, mas que retratava as pessoas e os momentos vividos da nossa velha Cuiabá.

Muito religioso, era visto nas festas de santo na Igreja de São Benedito, sempre acompanhava as esmolas do Senhor Divino, saía no meio da bandinha que tocava o hino e os rasqueados cuiabanos.

Seguindo a bandeira e a coroa do Santo de casa em casa, sem tomar parte diretamente, pois era considerado meio louco e as vezes mal vestido, mas sempre ali, ao seu modo como presença obrigatória.

Não existe uma história sobre sua vida, mas virou uma figura folclórica e mística pela invenção das estórias populares - dizem que dezenas de músicas são de sua autoria, creditam a ele, a composição da letra “ A LUA”, muito conhecida por aqui e que foi gravada por Zéze de Camargo e Luciano.

Nos anos 70, no seu fim da vida, perambulava pelas ruas do centro de Cuiabá, vestindo calça amarrada pelos cordões em forma de cinturão, às vezes vestindo um terno velho doado por alguém, carregando seu saco que guardava roupas velhas e suas letras poéticas, trazia embaixo dos braços uma lata para guardar restos de pão seco, ficou louco e foi internado no Hospital Adauto Botelho vindo a falecer abandonado como indigente.

Entre as histórias imaginárias e fantasiosas, no período de chumbo da ditadura militar (anos 60), dizem que um político supersticioso, encontrou um pacote cheio de dinheiro, na porta da sua casa, e a partir daí, sua vida começou a andar para traz, tudo dava errado. Imediatamente começou a relacionar o fato de achar o dinheiro com os problemas ruins da sua vida, e logo decidiu que deveria desfazer daquele dinheiro. Pensou, talvez aquele valor, que estava fazendo falta para quem o perdeu e estava trazendo “agouro” para sua família.

O político pensou: esse dinheiro não tem dono, não sei de quem é, se perguntar vai aparecer vários donos, o melhor mesmo é doar ao primeiro mendigo que encontrar.

E andando pela esquina da Rua Barão de Melgaço com a Rua Cândido Mariano encontra Zé Bolo Flor.

O Político disse a ele:

- Estou doando a você todo este dinheiro.

O Zé se sentido humilhado e no seu orgulho que transcende aos diferentes do mundo da criação e da sensibilidade dos extras espirituais, questionou:

- Um momento, eu não lhe pedi nada, não sou mendigo, não estou esmolando. Eu sou apenas um poeta cuiabano.

- Neste saco tenho várias poesias. Se você quiser comprar eu lhe vendo, é só escolher.

O Político em seu traje fino e elegante disse:

- Dá-me qualquer uma dos seus escritos rapidamente, senão vão me ver aqui conversando com você, vai pegar mal.

O Zé Bolo Flor começou a procurar e achou esta crônica:

“Os homens só saberão das suas grandiosidades quando passarem a entender as pessoas como iguais e cumpridoras das suas missões, e enquanto estiver vivo é porque ainda tem muito que aprender. A vida quando é levada com sentido e objetivo nunca será transformada em vazios. Quero que a minha vida me apresente os caminhos e eu decidirei qual deles devo seguir, qual o caminho mais correto e onde estarei aprendendo mais. A vida em si é uma lição.”

O Político disse: para, para, chega, chega, chega!

Tem certos dias que acordamos achando que este não é o nosso dia, tudo dá errado, vamos tomar banho ao ligar o chuveiro, tomamos choque; vamos descer do nosso apartamento ao pegar o elevador, acaba a energia; vamos pegar o veículo, o pneu está furado, logo, dá uma vontade de gritar: O que é que fiz meu Deus?

E ficamos a pensar o que é o certo e o que é o errado e passamos a fazer uma reflexão, e antes de pensar que esse dia esta azarado, comece a pensar o que você fez em cada ontem da sua vida.

Quantas vezes as pessoas recebem um troco à maior, e não devolve, achando que é a sua felicidade e não pensando no prejuízo do caixa. Quantas vezes ao passar pela rua, algumas pessoas acharam dinheiro de grande valor, e logo o embolsou com uma enorme felicidade, achando que está levando vantagem.

Talvez aquele valor que veio para nós naquele momento, irá fazer falta para quem o perdeu, e esse valor às vezes, vêm carregado de ódio, de pragas rogadas em pensamentos através do perdedor.

Será que vale apena apossar-se, de algo achado?

Diz um ditado: “achado não é roubado”.

Ao refletir bem sobre os acontecimentos das nossas vidas, muitas coisas ruins podem ter vindo das nossas atitudes erradas e impensadas, de ficar com aqueles valores de uma pessoa que realmente esta precisando, estamos a interferir na vida dessa pessoa que o perdeu, e a atrapalhar sua evolução aqui na terra, ou interferindo no que está escrito.

E pensando assim, a melhor atitude é livrar-nos desse valor que não são nossos. Uma constatação é que a maioria das pessoas que receberam prêmios de loterias foram enormemente prejudicadas pelo resto de suas vidas, pois não estavam preparadas para saber conviver com aquela enorme quantidade de dinheiro, com o tempo voltaram a ser pobres de patrimônios e espiritualmente. O difícil não é ser pobre, e pior ainda, é retornar a ser pobre.

Depois de desfrutar o lado bom da vida, e em seguida ser abandonado pela sorte: muitos desistem da vida.

(*) WILSON CARLOS FUÁ é economista, especialista em Administração Financeira e Recursos Humanos e colaborador de HiperNoticias. E-mail: [email protected]

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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