Marcos Bergamasco/Agencia Phocus |
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Tem lá a sua verdade aquela canção que diz que uma rosa não é só uma flor. É muito mais! Basta ver os inúmeros significados que as pessoas lhe atribuem, de acordo com a coloração. Rosas vermelhas simbolizam a paixão e a coragem. Brancas revelam inocência e pureza. Amarelas identificam satisfação e alegria. A cor laranja esconde entusiasmo e desejo. As rosas cor-de-rosa podem significar gratidão e estima, se escuras; ou admiração e simpatia, quando claras.
E as azuis? Até o mês passado, só existiam na imaginação dos sonhadores e dos contadores de histórias. Uma lenda chinesa diz que certo rei resolveu casar sua belíssima filha e logo surgiu uma fila imensa de pretendentes. A astuta princesa, porém, condicionou o sim ao cavalheiro que lhe oferecesse como presente uma rosa azul. A maioria desistiu. Só três persistiram. O primeiro tentou ganhar o coração da moça com um rosa tingida, mas a fraude foi descoberta quando um inseto morreu com o cheiro da tinta. O segundo ofereceu à moça uma magnífica pedra azul, talhada em forma de rosa. Ela achou a joia bonita, mas disse que não era a flor desejada. O terceiro contratou um artista famoso, que pintou a mais bela rosa azul num vaso de porcelana. A princesa também admirou o presente, mas recusou-o sob o mesmo argumento. Assim, livrou-se dos pretendentes indesejados, mas, por ironia do destino, apaixonou-se por um jovem trovador. Aí a astúcia virou-se contra a dona: o rei disse que só aceitaria o noivo se ele trouxesse a famosa rosa azul.
O moço aceitou o desafio. No dia marcado, com a corte toda reunida, apareceu diante da princesa e entregou-lhe uma rosa branca, recém-arrancada do próprio jardim real. Houve um murmúrio de indignação e o rei já se preparava para expulsar o audacioso trovador, quando a moça sorriu e disse:
- Era exatamente essa a rosa azul que eu queria!
A rosa de laboratório não foi criada pela magia de um olhar apaixonado, mas representa o esforço da humanidade para tornar a vida mais bela e mais digna. Ela nasceu da manipulação genética, seu colorido inédito resulta de interferência humana no trabalho da natureza. Não creio haver marca mais significativa para o terceiro milênio. A cada dia, o homem decifra um novo enigma do código dos deuses.
Pode ser que esteja produzindo espinhos, mas, como a princesa apaixonada, prefiro acreditar que a rosa artificial simboliza o lado bom da ciência. Principalmente depois de saber que sua cor azulada também se deve ao implante de genes retirados das pétalas do amor-perfeito.
(*) GUSTAVO OLIVEIRA é Diretor de Redação do jornal Diário de Cuiabá, onde a crônica foi originalmente publicada nesete domingo. E-mail: [email protected]
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Muvuca 18/11/2012
Excelente!!!
1 comentários