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É preciso resgatar o respeito à pátria. Punir os corruptos é um bom começo.
Estamos na semana da Pátria. Neste período comemoramos a independência do Brasil. A história conta que em 1822, às margens do Riacho Ipiranga, Dom Pedro erguendo sua espada bradou: Independência ou Morte. Pobre homem. Mal sabia ele que no século XXI a coisa ia chegar mais perto da morte que da independência.
To exagerando? Não, porque o fato do Brasil ter deixado de ser colônia de Portugal, por si só, pode ter dado a independência administrativa, mas as mazelas que ferem a alma do povo brasileiro, submetem-no à mais cruel das dependências que é a falta de moral.
Temos um lado bom que encanta o mundo que são as nossas riquezas, as belezas naturais e a alegria do povo. Mas, por outro lado temos o desamor à pátria. Somos uma “brava gente brasileira” que luta, mas gostamos de demonstrar o nosso amor à pátria somente por ocasião da copa do mundo. Que maravilha ver o povo de verde e amarelo, entoando o Hino Nacional, bradando em alto e bom som “avante Brasil!”. Pois é. Mas não é essa a realidade que vivemos hoje. Exemplo disso é que durante a semana da Pátria, nas escolas, por exemplo, constatamos o desrespeito dos jovens aos símbolos da Pátria, em especial ao Hino Nacional. São poucos os que se preocupam em ficar em posição de sentido, tirar o boné, jogar o chiclete fora e há muitos que insistem em manter o fone de ouvido ouvindo a música mais tocada no momento “Um pente é um pente”.
E não é só nas escolas. Isso acontece nos estádios, solenidades, congressos, etc. Não há mais aquele respeito de outrora pelos símbolos nacionais. Lembro-me que quando estudava, no período pós revolução de 64, não se entrava em sala sem antes fazer as evoluções do “esquerda volver, direita volver, sentido, descansar” e era um orgulho pra nós. Hasteava-se a bandeira, cantava-se o Hino Nacional e os pais e professores eram respeitados como autoridades. Era imposição militar? Não importa. Havia uma estreita ligação entre o respeito pelos símbolos da Pátria, a coisa pública e os mais velhos. Os pais tinham esse compromisso de ensinar os princípios básicos de amor à pátria e a escola, o dever de reforçar.
Bem, certamente o povo está se espelhando no deboche com que os homens públicos, com raras exceções, lidam com o Brasil. Enquanto milhares de famílias brasileiras passam fome, catam lixo pra comer ou vivem de subemprego, outros roubam o erário, enriquecem com o dinheiro público. Estudos mostram que a corrupção levou 47 bilhões nos últimos 6 anos e convivemos com a impunidade. Pra se ter uma idéia, já somam 14 os “mensaleiros” absolvidos pelos seus pares. A nossa, esperança ainda é o julgamento das ações pelo Judiciário.
Enquanto os políticos estão lá em cima fazendo os acertos para absolver um e outro, o povo que compõe a pátria amada agoniza: professores mal pagos, serviço público de saúde falido, degradação do meio ambiente, violência urbana no mais alto grau e má distribuição de renda. Se a coisa está nesse nível é até compreensível que o povo não veja significado nos símbolos nacionais. Ah, e por falar nisso, que tal retomar as aulas de Educação Moral e Cívica nas escolas? Não convém! Incomodaria muita gente. É melhor ficarmos com o “Melô do É o Pente!. É um bom nível para os incautos e incultos e assim todo mundo fica feliz e não se incomoda com o deboche dos dirigentes à nossa Pátria mal amada.
(*) JANETE GARCIA OLIVEIRA VALDEZ é advogada militante em Pontes e Lacerda e professora licenciada em Letras. E-mail: [email protected]
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Gilmar Maldonado Roman 08/09/2011
Parabéns Janete pelo belo artigo.
1 comentários