Sexta-feira, 11 de Julho de 2025
facebook001.png instagram001.png twitter001.png youtube001.png whatsapp001.png
dolar R$ 5,54
euro R$ 6,49
libra R$ 6,49

00:00:00

image
facebook001.png instagram001.png twitter001.png youtube001.png whatsapp001.png

00:00:00

image
dolar R$ 5,54
euro R$ 6,49
libra R$ 6,49

Artigos Sexta-feira, 24 de Janeiro de 2014, 07:19 - A | A

facebook instagram twitter youtube whatsapp

Sexta-feira, 24 de Janeiro de 2014, 07h:19 - A | A

Ruas

No afogadilho de agradar aos poderosos transitórios, muitas ruas tiveram seus nomes trocados

GABRIEL NOVIS NEVES





Steffano Scarabottolo

Com que facilidade nossas autoridades de plantão mudaram o nome de algumas ruas da nossa cidade!

Praticamente todas elas perderam o seu nome original, motivados, talvez, pelo oportunismo político que sempre existiu e que jamais será extinto.

Citarei uma das mais emblemáticas troca de nomes.

A antiga Rua da Boa Morte teve seu nome alterado para Rua Coronel Antonio Paes de Barros (Totó Paes) ex-governador do Estado de Mato Grosso. Depois sofreu outra alteração, e passou a ser denominada Rua Cândido Mariano da Silva Rondon – o maior sertanista do Brasil e cognominado Bandeirante do século XX, segundo o historiador cuiabano Rubens de Mendonça em seu livro Ruas de Cuiabá.

Imagino o constrangimento do grande humanista ao receber, em vida, essa solidariedade dos políticos da sua terra, ao ter de substituir o homenageado falecido.

Rondon é conhecido no mundo todo como pacificador, botânico, estudioso da nossa flora e fauna, militar disciplinado e disciplinador, mas, em sua cidade é chamado, pelos mais antigos, como Cândido Mariano.

Considerado um dos cinco maiores andarilhos da Terra. Por duas vezes foi indicado, por entidades estrangeiras, para o prêmio Nobel da Paz da Academia de Estocolmo. Mas, infelizmente não levou o troféu em nenhuma das vezes. No entanto, a distinção pelas indicações, já nos oferece a dimensão do seu trabalho e importância.

Seis anos após a sua morte, em 20/01/1958 no Rio de Janeiro, uma grande obra em sua cidade, o Aeroporto Internacional de Cuiabá e Várzea Grande foi batizado com seu nome.

Mais uma vez o destino das homenagens foi cruel com o nosso grande herói sertanista. Ele sempre preferiu andar a voar.

Só foi lembrado para emprestar o seu nome ao nosso aeroporto graças ao movimento político que assumiu os destinos desta nação àquela época.

Substituiu, por consenso, o nome oficial do aeroporto, que era Aeroporto Maria Thereza Goulart. Ela foi a responsável única pela construção da nova obra, e esposa do Presidente deposto João Goulart.

No afogadilho de agradar aos poderosos transitórios, muitas ruas tiveram seus nomes trocados, mas sem apoio do povo, que continuou a se referir a elas pelo nome antigo. Fato que prevalece até hoje.

Esse fenômeno deve acontecer em todo o Brasil, com certeza.

Apenas lamento essa dança de interesses explícitos que nos colocam muito mal no mundo civilizado.




* GABRIEL NOVIS NEVES é médico, professor fundador da UFMT e colaborador de HiperNotícias. E-mail: [email protected]

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.

Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.

Siga-nos no TWITTER ; INSTAGRAM  e FACEBOOK e acompanhe as notícias em primeira mão.

Comente esta notícia

Algo errado nesta matéria ?

Use este espaço apenas para a comunicação de erros