O rugido do leão – 1999

Arquivo Pessoal

O Real (moeda nacional) sofre um baque de uma hora para outra. Em apenas 40 dias perdeu 100% seu valor frente ao dólar (moeda americana); O dólar que em dezembro de 1998 valia um real e dezenove centavos, passou rapidamente a dois reais e quinze centavos; No final do Governo FHC o Real passou a valer apenas 25% do dólar, ou seja R$ 3,50 (três reais e cinquenta centavos).

O povo desanimou-se, diante de tal situação, pois havia acabado de reeleger Fernando Henrique Cardoso; Ele havia prometido que a economia não mudaria em nada. Acertou apenas no detalhe: desemprego em massa, fuga de capitais estrangeiros.

Os governadores recém-eleitos encontraram os cofres vazios e com enorme déficit.

Partiu de Minas Gerais o rugido do leão. Itamar Franco, governador recém-eleito, decretou moratória por três meses; não tinha como pagar e honrar compromissos com credores, assumidos anteriormente por Eduardo Azeredo, do PSDB. Itamar reuniu governadores da Oposição, inclusive, e desenharam o pacto federativo, tão necessário quanto importante para o replanejamento diante do momento econômico do País.

Diante de tamanha ofensiva Fernando Henrique Cardoso tratou de assediar governadores da dos Partidos de Oposição; Conseguiu de imediato enfraquecer o movimento reivindicatório de Itamar franco. O tiro saiu pela culatra. FHC não percebeu que o País sensibilizou-se com o grito de Itamar. A sociedade começou a desenhar novos parâmetros.

Ouviu-se o rugido do leão; ouviu-se o grito de Minas Gerais – um Estado tão importante para o País como o sangue que irriga nossas veias.
Itamar como bom nacionalista levantou a juba, turrou como leão em defesa dos interesses de sua Nação. Dessa feita Minas Gerais não foi a Minas do Golpe de 1964; Não foi a Minas de Magalhães Pinto nem a Minas do general Mourão Filho que invadiu São Paulo com tanques de guerra e aviões caça bombardeiros.

Dessa vez, a Minas Gerais de Itamar Franco ecoou sua voz pela nação inteira contra a decadência, contra o excesso, contra o suborno e a subordinação.


*BENEDITO RUFINO DA SILVA é professor, poeta, escritor, e analista político

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