Em tempos em que os relacionamentos se dissolvem com rapidez, muitos esquecem que o vínculo parental não se desfaz com a separação conjugal. O que precisa mudar, de fato, é a forma de se comunicar. Quando a comunicação é reativa, baseada em mágoas e defesas, ela se torna o principal combustível para os conflitos e para a alienação emocional dos filhos.
A comunicação consciente é o exercício de falar e ouvir com presença, empatia e propósito. É escolher palavras que constroem, e não ferem; é perceber o que está por trás do discurso — a dor, o medo, o desejo de ser visto. Quando pais separados aprendem a se comunicar de forma consciente, transformam o litígio em oportunidade de crescimento.
Nos processos de divórcio, muitas vezes há mais gritos do que escuta, mais acusações do que perguntas sinceras. Mas o silêncio que fica é o das crianças, que passam a carregar o peso das emoções adultas sem compreender seu sentido. É nesse ponto que a comunicação consciente se torna um ato de proteção e amor.
Praticá-la significa:
• Separar o que é conjugal do que é parental. A dor do casal não deve transbordar na relação com os filhos.
• Falar para resolver, não para vencer. A comunicação não é um tribunal, é um espaço de construção.
• Dar nome ao que se sente sem ferir o outro.
Quando eu falo de mim, e não do outro, abro espaço para o entendimento. Quando os pais conseguem manter um diálogo respeitoso, mesmo diante da dor, a criança aprende algo que nenhuma sentença judicial pode impor: que o amor pode mudar de forma, mas não precisa deixar de existir.
A comunicação consciente é, portanto, a ponte entre o amor e o limite, entre a verdade e a gentileza — e o alicerce invisível da parentalidade saudável, mesmo após o divórcio.
(*) CAROLINA AMORIM é Educadora Parental e Mentora Corporativa em empresas Familiares | Psicoterapeuta de Jovens e Famílias | Especialista em Desenvolvimento Humano.
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