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Artigos Quinta-feira, 13 de Novembro de 2025, 09:16 - A | A

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Quinta-feira, 13 de Novembro de 2025, 09h:16 - A | A

CARLOS ABURAD

Medo de impotência afasta homens do diagnóstico de câncer de próstata

CARLOS ABURAD

Mesmo com todos os avanços tecnológicos e campanhas do Novembro Azul, o medo masculino da disfunção erétil, popularmente conhecida como impotência sexual, ainda é uma das barreiras da prevenção do câncer de próstata. Há homens que deixam de realizar exames simples e seguros por receio de que um possível tratamento possa comprometer sua vida sexual. Esse tabu, porém, precisa ser quebrado — especialmente porque a tecnologia e o diagnóstico precoce estão transformando a realidade da doença no Brasil.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o país deve registrar mais de 71 mil novos casos de câncer de próstata em 2025. É o tipo de câncer mais comum entre homens, atrás apenas do de pele não melanoma. O mais preocupante é que muitos diagnósticos ainda ocorrem em estágios avançados, quando as chances de cura diminuem e os efeitos adversos do tratamento, como a disfunção erétil, se tornam mais frequentes.

O primeiro passo para vencer o câncer de próstata é o diagnóstico. Após exames clínicos e laboratoriais, o patologista é o profissional responsável por analisar as amostras e confirmar o tipo e o estágio do tumor, informações que orientam a equipe médica na escolha do tratamento mais eficaz e menos invasivo. Essa integração entre urologistas e patologistas tem permitido definir condutas personalizadas, aumentando a taxa de sucesso dos tratamentos e reduzindo riscos desnecessários. Quanto mais cedo o diagnóstico é feito, maior a chance de se optar por abordagens cirúrgicas ou terapêuticas que preservam os nervos e vasos responsáveis pela ereção e pela continência urinária.

Há homens que ainda acreditam que o simples fato de tratar o câncer de próstata causa impotência. Isso é um mito. A próstata não é responsável pela ereção, e sim pela produção de um líquido que compõe o sêmen, nutrindo e protegendo os espermatozoides. O risco de disfunção erétil surge apenas quando o tumor está avançado e o tratamento precisa envolver regiões próximas aos nervos eretores. Nos casos diagnosticados precocemente, os avanços tecnológicos — como a cirurgia robótica — possibilitam intervenções precisas e minimamente invasivas, com menor trauma cirúrgico, alta hospitalar rápida e boa recuperação da função sexual e urinária.

A cirurgia robótica e a telecirurgia já são realidade no Brasil. Com visão tridimensional e instrumentos articulados, os sistemas robóticos permitem que o cirurgião trabalhe com precisão milimétrica, preservando estruturas delicadas e reduzindo significativamente os efeitos colaterais. O Brasil já conta com plataformas robóticas instaladas, liderando a América Latina na adoção do método. Além da robótica, o diagnóstico molecular e os exames genéticos de predisposição também têm ganhado espaço, permitindo identificar grupos de risco e agir antes que a doença se manifeste.

Embora a incidência aumente com a idade, a doença vem atingindo cada vez mais homens com menos de 50 anos. Entre 2020 e 2024, o número de atendimentos nessa faixa etária cresceu 32%, segundo o Ministério da Saúde. Fatores como histórico familiar, obesidade, tabagismo e sedentarismo aumentam o risco. Por isso, é fundamental realizar o acompanhamento com urologista e exames laboratoriais a partir dos 40 anos para quem tem histórico familiar e dos 50 anos para os demais casos.

A mensagem mais importante do Novembro Azul é simples: o diagnóstico precoce salva vidas e preserva a virilidade. Quando a doença é descoberta nas fases iniciais, as chances de cura ultrapassam 90%. Além disso, o tratamento é mais curto, menos invasivo e muito mais seguro. Falar sobre o câncer de próstata é debater sobre qualidade de vida, autocuidado e maturidade emocional. O medo da impotência não pode ser maior do que o desejo de viver bem. E, hoje, graças ao trabalho conjunto de patologistas, urologistas e equipes multidisciplinares, é possível tratar o câncer de próstata para preservar a saúde e a vitalidade.

A melhor forma de cuidar da saúde masculina é vencer o silêncio. Informação e diagnóstico precoce são importantes armas contra o câncer de próstata e contra o medo que ainda paralisa alguns homens.

(*) CARLOS ABURAD é médico patologista.

 

 

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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