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A FIFA anunciou durante a COPA de 2010 na África do Sul que a próxima competição deveria ser no Brasil em 2014, pouco tempo depois também anunciou que os países sede das Copas seriam a Rússia em 2018 e o Qatar em 2022. Dizem que as obras na Rússia estão mais adiantadas do que as do Brasil. 
Ao tomar tal decisão, com quatro e pela primeira vez com oito e doze anos de antecedência possivelmente a entidade máxima do futebol mundial estaria tentando facilitar os trabalhos dos países-sede, evitando transtornos e atrasos nos calendários.
Na ocasião, quando da decisão da FIFA, ocorreram grandes manifestações populares de júbilo e euforia em todas as cidades que receberão jogos em 2014, inclusive em Cuiabá, onde o povão não se continha de tanta alegria e os políticos também, mais do que depressa, misturando-se ao povão faziam questão de demonstrar que esta era uma vitória de todos, inclusive deles que não perdem oportunidade para festejar suas grandes realizações. Afinal ganham muito bem para “representarem” o povão. São verdadeiros beneméritos, pois fazem tudo isto com o dinheiro do próprio bolso e jamais desviam qualquer centavo dos cofres públicos.
Após muita lenga-lenga, reuniões, discussões e esquemas foi constituído um Comitê Organizador Local (de caráter nacional), para fazer as ligações com a FIFA e também para coordenar todas as providências necessárias `a realização da copa e, nesta condição, acompanhar as obras e demais ações nas doze cidades sedes que receberão jogos.
Como para a realização da COPA 2014 e também das Olimpíadas de 2016, serão movimentados mais de 60 bilhões de reais, a preços de 2010, podendo chegar a 100 bilhões de reais, importância que deixa empresários e alguns gestores públicos, inclusive quem sente coceira nas mãos e olhos brilhando quando imaginam o que pode ser feito com tanta grana, muita competição ocorre entre os interessados em dar sua mordida, como se diz no México.
De forma rápida e com a pressão de um verdadeiro rolo compressor o Governo Federal, a título de agilizar e desburocratizar o andamento das licitações para obras e serviços da COPA, enviou ao Congresso um projeto de lei que acabou sendo transformado na Lei que instituiu o “Regime Diferenciado de Contratações (RDC)”, na verdade uma grande burla na legislação que trata das licitações públicas, abrindo caminho para gestão temerária, desvio de dinheiro publico e corrupção, como já fartamente denunciado pela mídia em várias cidades sedes da copa, inclusive em MT.
Outra peça de legislação aprovada a toque de caixa no Congresso Nacional foi a Lei Geral da COPA, que recentemente o mesmo Congresso teve que reformular para atender as exigências da FIFA, já que esta se julga superior `a legislação nacional, como no caso de venda de bebidas alcoólicas nos estádios, proibida no Brasil e também a questão da comercialização de outros produtos e serviços.
Em meio a toda esta confusão, idas e vindas, muita coisa já vem ocorrendo, algumas que facilitarão a realização das providências exigidas pela FIFA e outras que estão dando errado, apesar de que governantes e gestores teimam em dizer que tudo está às mil maravilhas, dentro do cronograma.
Em todos os Estados tem havido muita confusão, muitos problemas e coisas do gênero. Diante de tudo isso o Secretário Geral da FIFA acabou tecendo comentários, considerados pouco elegantes que enfureceram muita gente do governo envolvida com a COPA 2014, mas que jamais manifestaram sua fúria quando das denúncias envolvendo corrupção, falta de transparência, morosidade e incompetência no trato dessas questões.
O Secretário Geral da FIFA, Jerôme Volccke, diante de tantos problemas com a realização disse com todas as letras, “o Brasil precisa levar um chute no traseiro”. Na verdade ele estava se referindo às pessoas incompetentes e manipuladoras que continuam enganando o povão com suas demagogias e falsas promessas.
No decorrer dos próximos dias o Comitê Organizador Local e representantes da FIFA estarão realizando um “pente fino” nas obras da COPA 2014 em todas as cidades sedes, incluindo Cuiabá, que será nesta sexta feira.
Vamos aguardar e ver os resultados desta inspeção. Em MT diante de tantos problemas causados pela AGECOPA (extinta) e sua sucessora a SECOPA, o Governador avocou para si o poder de decisão efetiva neste setor.Talvez fosse o caso de extinguir também a SECOPA e ter apenas uma equipe enxuta em seu Gabinete para agir com mais eficiência e menos confusão como vem acontecendo.
Voltarei ao assunto oportunamente!
(*) JUACY DA SILVA é professor universitário da UFMT, mestre em sociologia, colaborador do Hipernoticias, e escreve às terças-feiras. Blog: www.professorjuacy.zip.net. E-mail: [email protected]
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