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AgroHiper Quinta-feira, 27 de Novembro de 2025, 10:52 - A | A

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Quinta-feira, 27 de Novembro de 2025, 10h:52 - A | A

ETAPA OESTE

Produtores relatam atrasos no plantio e desafios logísticos no 7º episódio do MT Clima e Mercado

Aprosoja MT esteve em Sapezal, Campos de Júlio e Comodoro, encerrando a etapa da série na região

DA REDAÇÃO

Após percorrer mais de mil quilômetros desde o início da semana, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT) encerrou nesta quarta-feira (26.11) a etapa Oeste da quarta temporada do Mato Grosso Clima e Mercado. Neste sétimo episódio, a entidade acompanhou o avanço da safra 2025/26 em Sapezal, Campos de Júlio e Comodoro, no núcleo do Vale do Guaporé, onde os produtores relataram atraso inicial de chuvas, períodos de estiagem e preocupações com a janela do milho e a capacidade de armazenamento.

Em Sapezal, o produtor Felipe Marafon relatou que o início da safra foi marcado pela irregularidade das precipitações.

“O plantio desta safra foi desafiador. Iniciamos no dia 30 de setembro, com acumulados de chuva de 8 a 12 mm, com chuvas localizadas, sem uniformidade. Passamos por uma estiagem de 12 dias, e retornamos o plantio dia 20 de outubro, finalizando apenas no dia 30.” Ele explicou que o atraso impactou o planejamento da segunda safra. “Com o atraso, tivemos mudanças no nosso planejamento, pensando principalmente no milho. O atraso impacta diretamente no plantio da safrinha, que tende a se estender até a última semana de fevereiro.”

Apesar da seca inicial, as condições climáticas melhoraram. “Hoje o clima normalizou aqui na nossa região, temos precipitação e sol, que é o clima que a gente espera e onde a soja tende a se desenvolver”, afirmou. Segundo ele, a expectativa é de uma perda entre 5% e 10% na produtividade da soja, mas a área de milho deve ser mantida. “O nosso planejamento é manter 100% a área de milho, ainda analisando que a janela tende a ficar um pouquinho apertada. Quanto à safra da soja, a gente já estima uma perda de 5 a 10 % na produção”.

A delegada coordenadora do núcleo, Marlise Marafon, relatou a insegurança sentida pelos produtores diante do atraso das chuvas e das incertezas de mercado. “Para mim é insegurança, não só pelo atraso das chuvas, mas pela perspectiva política e de mercado. Há uma preocupação grande, sim, até um certo medo”, disse.

No núcleo de Campos de Júlio, a realidade variou entre as microrregiões. O produtor Rodrigo Cassol explicou que algumas áreas conseguiram iniciar o plantio dentro da normalidade, mas outras enfrentaram longos períodos de seca. “O início do plantio decorreu bem, mas não retrata a realidade de todo o município. Temos microrregiões que iniciaram bem, depois ficaram sem chuva, tendo fazendas que chegaram até 35 dias sem precipitação.”

Segundo ele, o veranico afetou alguns talhões, principalmente os solos mais arenosos. “Temos alguns talhões que sofreram mais após os veranicos, principalmente onde é mais arenoso, tivemos perda de população. Cerca de 10%, mas que já afeta a produção. Na nossa realidade as plantas de cobertura, principalmente as braquiárias, têm colaborado com o cenário que temos vivido”, conta.

O delegado coordenador de Campos de Júlio, Jonathan Ferrari Guadagnin, reforçou que a irregularidade das precipitações trouxe desafios para todo o município. “A gente vem praticamente de 60 dias do início do plantio pegando sempre uma chuva pequena de 15, 20 milímetros e depois mais 7, 8 dias de sol. Em alguns casos até 15 dias.”

A última parada do episódio ocorreu em Comodoro, um dos municípios do Núcleo do Vale do Guaporé, região de faixa de fronteira com a Bolívia e também com o Estado de Rondônia.

O produtor Amir Agostinho Signor conta que o plantio avançou, mas com períodos de interrupção por falta de chuva. “No início de setembro começou a chover bem, já em outubro, não tivemos precipitações na primeira quinzena e depois, chuvas bem irregulares e isso provocou pausas no plantio, por causa da seca.” Apesar do desafio inicial, ele explica que as lavouras vêm recuperando o desenvolvimento. “Agora as chuvas começaram a normalizar. A soja está se desenvolvendo bem. Teve uma redução do estande, mas acredito que não teremos grandes impactos na produtividade.”

Amir também relatou a incidência pontual de pragas associadas ao veranico. “Por enquanto não tivemos relatos significativos de doenças ou pragas, apenas a broca, consequência direta daquele período de 15 a 17 dias sem chuva. Na minha lavoura, por exemplo, foram 17 dias totalmente secos após o plantio, e nos vizinhos ocorreu o mesmo. Essa falta de precipitação favorece a incidência de broca.”

O delegado do Núcleo Vale do Guaporé, Yuri Nunes Cervo, ressalta que, em municípios como Pontes e Lacerda, o plantio começou ainda mais tarde, o que deve reduzir a área de milho na segunda safra. Por isso, os produtores já precisam planejar alternativas para mitigar os impactos, avaliando culturas que possam substituir o milho nessas regiões.

“Pontes e Lacerda já existe um histórico de plantio mais tardio, o que reduz naturalmente a área de safrinha, e este ano deve ser ainda mais limitado. Por isso, muitos precisam recorrer a outras alternativas além do milho. Estamos estudando opções como gergelim, feijão, sorgo e até o capim, como a braquiária, que ajuda na palhada. Nessas regiões, inclusive na nossa, é necessário diversificar, já que o milho deve ocupar de 40% a 60% da área de segunda safra, e o restante será preenchido com essas culturas para manter a rentabilidade”, disse.

Sobre o período de colheita, os produtores lembram que os desafios logísticos ainda são um problema recorrente da região. “Temos uma grande preocupação que se essa chuva vier em janeiro e fevereiro. E aí temos um grande problema, que é a armazenagem. Temos poucos armazéns estáticos. Todo mundo vai colher meio junto e isso vai dar problema na entrega para os armazéns.”

“A nossa soja foi plantada dentro de uma janela curta e a gente tem um receio quanto a disponibilidade de caminhões e de armazenamento. A logística é um grande gargalo, de todos os anos. Temos problema para entregar o produto, mesmo para quem tem armazém, até porque nossa produção é quase toda escoada para Porto Velho”, explicou também Yuri, ao citar a dificuldade.

Com o sétimo episódio, a Aprosoja MT finaliza a etapa Oeste da quarta temporada do MT Clima e Mercado, reforçando como o clima tem impactado de forma distinta cada microrregião do estado e como o planejamento dos produtores será decisivo para a segunda safra. Em dezembro, a série segue pelas regiões Sul e Leste de Mato Grosso.

 

 

 

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