O secretário de Estado de Saúde, Luiz Soares, revelou um dos motivos da rusga entre o governador Pedro Taques (PSDB) e o deputado federal Nilson Leitão (PSDB), em entrevista à Rádio Capital FM, na manhã desta terça-feira (2). De acordo com Soares, Leitão cobra o Estado para pagar "indevidamente" uma OSS de Sinop.
A empresa em questão é a Fundação de Saúde Comunitária de Sinop. Segundo o gestor, a empresa alega ter recursos para receber do Estado, referente a serviços que teriam sido prestados, mas não estariam previstos no contrato. Entretanto, uma auditoria realizada pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) revelou que a organização recebeu recursos indevidamente.
"Eu não tenho a menor dúvida. Se você perguntar se eu tenho algum documento? Não. O que eu tenho, para mim, são os fatos. Inúmeras, muitas vezes o deputado Nilson me telefonava, me procurava na Secretaria, sempre advogando um raciocínio que é o raciocínio da Fundação de Saúde Comunitária de Sinop, de atualizar o pagamento", revelou o secretário.
O contrato com o Estado prevê o repasse mensal de R$ 4,4 milhões e a empresa alegava estar executando serviços de R$ 5,3 milhões. A SES pediu uma auditoria na unidade, verificando os dados dos computadores locais para saber o número de procedimentos realizados. Concluiu que os serviços executados pela empresa contabilizavam somente R$ 3,1 milhões.
“O Estado é que começa a cobrar deles agora, vai ter que devolver”, sentenciou o secretário. "Se ele quiser judicializar, é um direito que ele tem. Ele [a empresa] cobrou administrativamente, a gente verificou e negou. A PGE confirmou o parecer da assessoria jurídica da SES. Como você faz a mais do que está no contrato?", questionou.
Taques e Leitão
O relacionamento entre o governador e o deputado federal teria ficado "tenso" com a cobrança do parlamentar. Além disso, a escolha do PSDB para colocar Nilson Leitão na corrida ao Senado Federal também não agradou Pedro Taques, pois o governador poderia ter seu projeto de reeleição prejudicado. O presidnete Nacional do PSDB e o governador de Goiás, Geraldo Alckmin e Marconi Perillo, estão trabalhando em conjunto para que os dois políticos superem o momento de crise.
Outro lado
Por telefone, o administrador da Fundação de Saúde Comunitária de Sinop, Wellington Arantes, afirmou que não irá comentar detalhes da entrevista do secretário. Arantes disse também que a discussão com o Estado a respeito da dívida se dará apenas judicialmente e que não fará tal discussão por meio da imprensa.
“O secretário vai ter de provar. A nossa condição como estado agora é uma condição que já não existe, o secretário nunca nos atendeu. A partir de agora vai ser um embate jurídico. A incompetência do Estado foi muito grande, abandonou uma unidade e continua abandonada. Ele vai fazer as alegações dele e nós vamos fazer as nossas”, disse ao HiperNotícias.
A reportagem tentou entrar em contato com o deputado federal Nilson Leitão (PSDB) por telefone. Um assessor identificado Gomes atendeu o a ligação e se comprometeu a informar o parlamentar sobre o conteúdo da reportagem. Até a publicação da matéria, o parlamentar não havia encaminhado resposta.
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