O analista político João Edisom avaliou ao HNT TV Entrevista o cenário da gestão do prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), destacando que a queda recente nos índices de aprovação do chefe do Executivo ultrapassa o que costuma ser considerado normal para o primeiro ano de mandato. Segundo Edisom, todo governante tende a registrar perda de popularidade nesse período, pois assume com altas expectativas, mas ainda depende do orçamento elaborado pela gestão anterior para executar ações.
"É um ano de ajustes, de finalizar obras herdadas e começar outras. A queda é normal", explicou o analista ao podcast.
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Pesquisa do Instituto Tracking divulgada na última terça-feira (2) indicou que a aprovação de Abilio caiu 24,4% entre abril e novembro de 2025. Em abril, quando completava 100 dias de gestão, Abilio contava com 79,2% pontos. O índice mais recente é de 54,8%.
O especialista ressaltou que a redução observada em Cuiabá está acima do padrão histórico. "Quando um prefeito é eleito com 50% e termina o primeiro ano com 48% ou 47%, isso está dentro da normalidade. O problema é quando essa queda ultrapassa a margem e deixa de ser perda de gordura para se tornar perda de músculo", afirmou.
Para Edisom, quando a rejeição cresce por conta de confrontos diretos com segmentos da população, e não apenas por expectativas não atendidas, a recuperação se torna muito mais difícil: "o eleitor frustrado pode voltar. O eleitor magoado, não".
O analista também observou que Abilio possui características particulares no modo de governar, especialmente pela forte presença digital. De acordo com ele, parte do voto que sustenta o prefeito ainda é um "excedente" herdado do segundo turno, quando muitos eleitores votam motivados pela rejeição ao adversário, e não por convicção no candidato eleito. A preocupação é que Abilio estaria cada vez mais perto de perder esse voto de convicção.
Ao comparar com outros líderes, João Edisom lembrou que diferentes governantes já enfrentaram quedas significativas no primeiro ano - citando o governador Mauro Mendes (UB), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente Lula (PT) - mas reforçou que, historicamente, tais recuos tendem a ser recuperados no segundo ano, desde que permaneçam dentro da curva esperada. O cenário atual, porém, foge desse padrão.
"A queda que estamos presenciando ultrapassa a barra da normalidade. Quando esse limite é rompido, a recomposição se torna muito mais improvável", concluiu.
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