O advogado Francisco Faiad, que patrocina a defesa de Marco Polo Pinheiro, conhecido como Popó, classificou a operação deflagrada pela Polícia Civil para apurar a disseminação de fake news nas redes sociais como "midiática, obviamente por questões políticas". Popó é irmão do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro.
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Por meio de nota, Faiad afirmou ainda que Popó requereu a Polícia Civil e Justiça para que fosse designada uma data para que ele prestasse depoimento. Ressaltou ainda que o irmão de Emanuel iria entregar espontaneamente aparelhos de celular e computadores.
"Por três vezes, Marco Polo requereu a autoridade policial e ao Juiz de Direito do caso para que fosse designada data para sua oitiva, comprometendo-se a entregar espontaneamente aparelhos de celular e computadores. Mas em nenhum destes requerimentos, obteve resposta. Preferiu-se a operação midiática, obviamente por questões políticas", diz trecho da nota.
Ainda no documento, Faid afirmou que Popó está colaborando com as investigações e alega a inocência dele.
"As suposições de que uma operação seria realizada era divulgada diariamente por políticos adversários do Prefeito", reforçou.
INVESTIGAÇÕES
Popó está sob investigação da polícia após ser denunciado por fake news, cujas vítimas seriam o governador Mauro Mendes e a primeira-dama Virgínia Mendes. É acusado de disparar em grupos de WhatsApp e publicar em sites uma série de notícias falsas e de ataques ao casal.
Na operação, são cumpridos seis mandados de busca e apreensão domiciliares em Cuiabá, com alvo em três investigados. As ordens judiciais têm o objetivo de instruir inquéritos policiais que tramitam na DRCI quanto a produção e disseminação de notícias falsas e de cunho ofensivo por meio da rede social/aplicativo de mensagens e outros meios em desfavor das vítimas.
As investigações identificaram o 'modus operandi' de três suspeitos envolvidos na realização de ataques ofensivos e/ou propalar fakes news, aparentemente previamente ajustados, com as suas identidades expostas ou veladas (por meio de números cadastrados fraudulentamente em nome de terceiros), através das redes sociais divulgando montagens de fotografias e vídeos.
Além de falsas notícias que atingem vereadores municipais e empresários, é apurada nas investigações a divulgação de fake news contra o governador do Estado, Mauro Mendes, o secretário-chefe da Casa Civil Mauro Carvalho, a primeira-dama, Virgínia Mendes, além de detetives particulares, delegado-geral da Polícia Civil, outros delegados, comandante-geral da Polícia Militar e outros oficiais, que estariam realizando a captação/escuta ambiental clandestina de conversas e de reuniões realizadas com parlamentares estaduais.
A natureza falsa da notícia foi devidamente provada após a realização de minuciosa perícia no Palácio Paiaguás pela Politec e demais elementos colhidos nos autos da investigação.
Os indícios de autoria de produção e da pulverização da fake news, ante os dados técnicos coletados durante a investigação policial, recaem sobre um dos suspeitos, de 55 anos, o qual figura em pelo menos três inquéritos policiais.
Nesse mesmo contexto da divulgação da fake news da gravação/captação clandestina, visa-se colher elementos informativos sobre a indevida e prematura atribuição de autoria de contratação de detetive particular pela primeira-dama do Estado e pelo governador para fins de investigar e cometer assassinato de reputação contra um jornalista.
ALVOS DA OPERAÇÃO
A operação tem como alvo três homens, sendo que dois deles há pelo menos um ano têm divulgado, de modo reiterado, falsas notícias e conteúdo de caráter criminoso contra as pessoas públicas citadas.
Dois dos suspeitos são ex-servidores da Prefeitura de Cuiabá, sendo um deles assessor de endomarketing e o outro servidor temporário da Secretaria Municipal de Saúde. Ambos foram exonerados do cargo no mês de novembro deste ano. Um dos alvos da operação, William Sidney Araujo de Moraes, de 37 anos, era líder de uma quadrilha responsável por arrombar caixas eletrônicos de agências bancárias em Mato Grosso, Goiás e Tocantins.
Segundo o delegado especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI), Ruy Peral, William é considerado um criminoso de alta periculosidade. Ele foi condenado à pena de 16 anos e 11 meses de prisão por ser um dos líderes de “quadrilha” que praticou furtos qualificados contra bancos.
Entretanto, o delegado afirmou que ele estava em regime semiaberto.
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