Domingo, 23 de Março de 2025
facebook001.png instagram001.png twitter001.png youtube001.png whatsapp001.png
dolar R$ 5,74
euro R$ 6,25
libra R$ 6,25

00:00:00

image
facebook001.png instagram001.png twitter001.png youtube001.png whatsapp001.png

00:00:00

image
dolar R$ 5,74
euro R$ 6,25
libra R$ 6,25

Polícia Domingo, 16 de Fevereiro de 2025, 16:19 - A | A

facebook instagram twitter youtube whatsapp

Domingo, 16 de Fevereiro de 2025, 16h:19 - A | A

LIGADOS ÀS FACÇÕES

Em um mês, polícia encontra dois cemitérios clandestinos e 15 corpos em MT

Conforme a Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso, as investigações seguem em andamento. Apenas seis vítimas tiveram as identidades confirmadas, e nove seguem sem identificação.  

ALINE COÊLHO
Redação

Entre os dias 10 de janeiro e 12 de fevereiro, um cenário macabro se desenrolou em Mato Grosso. A Polícia Civil, em um trabalho contínuo de investigação, localizou 15 corpos enterrados em cemitérios clandestinos em dois municípios do estado, Lucas do Rio Verde (a 332 km de Cuiabá) e Rondonópolis (a 218 km de Cuiabá).

Nos dois casos, as vítimas apresentavam avançado estado de decomposição, sendo algumas ossadas. A investigação aponta que as vítimas podem ter sido mortas por facções criminosas. Conforme a Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso, as investigações seguem em andamento. Apenas sete das 15 vítimas tiveram as identidades confirmadas, e oito seguem sem identificação.  

A atualização mais recente nos dois casos, ocorreu na última sexta-feira (14). Adriano da Conceição Borges,  30 anos, foi a sexta vítima identificada dentre as 12 pessoas encontradas enterradas no cemitério clandestino de Lucas do Rio Verde. A informação foi divulgada pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec). 

Enquanto em Rondonópolis, a Delegacia de Homicídios confirmou a identificação da primeira vítima localizada em uma cova nas proximidades do Rio Vermelho. Luiz Otávio de Souza, de 25 anos, natural do município, foi identificado através de um exame de impressões digitais feito pela Politec. Ele foi o único entre as três vítimas de Rondonópolis identificado até o momento.

LEIA MAIS: Perícia identifica primeira vítima enterrada em cemitério clandestino de facção 

No local, uma das vítimas apresentava mãos e pés atados. Calçados e roupas foram encontrados nas proximidades, o que pode ajudar na identificação dos corpos. Os corpos de um homem e uma mulher estão no IML (Instituto Médico Legal) de Rondonópolis, onde passam por exames de necropsia para determinar a causa da morte, o período em que as vítimas foram mortas e suas identidades.

O desaparecimento de Policarpo Pereira Alves, de 38 anos, em 13 de dezembro do ano passado, foi o que desencadeou as buscas que levaram a Polícia Civil até o local no qual estavam os corpos. A última vez que foi visto, Policarpo disse à sua mãe que iria à farmácia, mas nunca mais deu notícias ou atendeu ao telefone.

O caso segue sendo investigado, com a expectativa de que os exames periciais possam confirmar se ele está entre as vítimas encontradas no cemitério clandestino. 

Em Lucas do Rio Verde,  os 12 corpos foram encontrados no intervalo de três dias, entre 10 e 12 de janeiro, no cemitério clandestino. Eles também apresentavam um avançado processo de esqueletização.

Além de Adriano, outras cinco vítimas já foram identificadas, são elas: Rafael Pereira de Souza, 34 anos, natural de Rondonópolis; Wilner Alex de Oliveira Silva, 29 anos, natural de Poxoréo; Andris David Mattey Nadales, venezuelano, 19 anos, e Mateus Bonfin de Souza, 18 anos, de Lucas do Rio Verde. E mais recentemente, no dia 25 de janeiro, W.S.M., de 15 anos, morador em Lucas do Rio Verde, ele estava desaparecido desde 15 de setembro do ano passado.

LEIA MAIS: Politec identifica quinta vítima encontrada em cemitério clandestino por meio de DNA 

Porém, outros seis corpos ainda aguardam identificação. O apelo da Politec é para que mais familiares de pessoas desaparecidas procurem a delegacia mais próxima para fornecer amostras de DNA, facilitando a identificação dos corpos. Não é preciso a apresentação de boletim de ocorrência deste caso, basta levar a documentação pessoal.

CEMITÉRIOS DO CRIME 

Conforme as investigações prévias, as covas que nos dois casos foram cavadas em locais de mata seriam utilizadas como cemitérios clandestinos de organizações criminosas que atuam no Estado. Além das características do desaparecimento e descarte dos corpos, a hipótese ganha força a partir do estudo Cartografias da Violência na Amazônia, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). 

Publicado no final do ano passado, ele revelou que Mato Grosso registra presença de ao menos quatro grupos criminosos, com destaque para o Comando Vermelho, que mantém a hegemonia. Os outros três grupos são o PCC, Tropa Castelar, com foco em Sorriso, e o Bonde dos 40, com origem no Maranhão, mas com atuação na região do Araguaia.

LEIA MAIS: Estudo revela chegada da quarta facção criminosa a Mato Grosso 

No levantamento realizado no relatório foram identificados ao menos 42 municípios sob influência de algum grupo criminoso, sendo 27 com apenas um grupo e, nos 15 restantes, há pelo menos dois.

Ainda é recordado no documento que entre 2022 e 2023, a Operação Dissidência, realizada por uma Força-tarefa da secretaria de segurança do estado, enfocou a região norte do estado, na qual se desenhava um conflito dentro do Comando Vermelho, que culminou com o surgimento da Tropa do Castelar.

No mesmo período, uma série de 11 mortes ocorreu no intervalo de 13 dias em Sorriso (a 420 km de Cuiabá). "Há notícias de que a região norte do Mato Grosso segue com conflito entre Comando Vermelho, Tropa Castelar e o PCC, que tem buscado ampliar sua influência no contexto de conflito entre CV e sua dissidência (Castelar)", diz trecho do estudo.

 

Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.

Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.

Siga-nos no TWITTER ; INSTAGRAM  e FACEBOOK e acompanhe as notícias em primeira mão.

Comente esta notícia

Algo errado nesta matéria ?

Use este espaço apenas para a comunicação de erros