Os três servidores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), afastados de suas funções por 60 dias após serem alvos da Operação Sepulcro Caiado, ocupavam funções estratégicas e recebiam supersalários chegando a quase R$ 77 mil. Eles também responderão a sindicância interna aberta pela administração do Tribunal.
Segundo o Portal da Transparência do TJMT, Eva da Guia Magalhães Silva, chefe de divisão do Fundo de Apoio ao Judiciário (Funajuris), recebia R$ 76.992,76 de remuneração bruta mensal, valor acima do teto constitucional. Cláudia Regina Dias de Amorim Del Barco, analista judiciária no mesmo setor, tinha vencimentos brutos de R$ 40.250,44. Além do afastamento, sua exoneração foi determinada pelo TJ. Já Mauro Ferreira Filho, técnico judiciário lotado na Divisão de Execução Financeira, recebia R$ 36.810,10. Ele teve prisão preventiva decretada, mas ainda não foi localizado pela polícia e está foragido da Justiça.
Deflagrada pela Polícia Civil nesta quarta-feira (30), a investigação apura um esquema que desviou mais de R$ 21 milhões da Conta Única do Judiciário estadual, por meio de fraudes processuais, documentos falsificados e alvarás judiciais fraudulentos.
De acordo com as investigações, o grupo criminoso era liderado pelo empresário João Gustavo Ricci Volpato, que utilizava nomes de pessoas sem conhecimento delas para ingressar com ações de execução de dívidas com documentação e assinaturas falsas. O objetivo era simular processos e obter valores indevidos via alvarás judiciais.
O esquema contava com a participação de familiares do empresário, incluindo a esposa Flávia de Oliveira Santos Volpato, filha do desembargador aposentado Rubens de Oliveira, além de mãe, irmão, cunhada, advogados e empresas ligadas à organização. Com o auxílio dos servidores do TJ, o grupo falsificava planilhas internas e comprovantes de depósito para simular a quitação das dívidas, o que permitia a liberação de valores por meio de alvarás judiciais fraudulentos.
A Operação Sepulcro Caiado cumpriu mandados de prisão preventiva, busca e apreensão, sequestro de bens e bloqueio de contas em Cuiabá, Várzea Grande e Marília (SP). Entre as medidas, estão: 16 bloqueios judiciais, totalizando R$ 21,7 milhões, 46 quebras de sigilo bancário e fiscal, Sequestro de 18 veículos e 48 imóveis, Mandados de prisão e busca contra mais de 20 investigados.
Foram alvos de prisão preventiva: Wagner Vasconcelos de Moraes, Melissa França Praeiro Vasconcelos de Moraes, João Gustavo Ricci Volpato, Luiza Rios Ricci Volpato, Augusto Frederico Ricci Volpato, Rodrigo Moreira Marinho, Themis Lessa da Silva, João Miguel da Costa Neto, Régis Poderoso de Souza, Denise Alonso e Mauro Ferreira Filho.
Entre os alvos de busca e apreensão estão escritórios de advocacia, empresas de cobrança e fomento mercantil, além dos servidores afastados. A operação é coordenada pela Polícia Civil com autorização do juiz Moacir Rogério Tortato, que assinou todas as ordens judiciais.
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