O embate entre o prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), e a professora doutora em Saúde Pública, Maria Inês da Silva Barbosa, durante a 15ª Conferência Municipal de Saúde, ganhou repercussão nacional nesta quarta-feira (30). O episódio foi amplamente compartilhado nas redes sociais e divulgado por páginas, como a Mídia Ninja, que já ultrapassou 37 mil curtidas em uma publicação sobre o caso. Enquanto a pesquisadora Carla Akotirene classificou o ocorrido como “racismo intelectual”.
A polêmica teve início quando Maria Inês, doutora pela USP e professora aposentada da UFMT, utilizou linguagem neutra em sua apresentação — com expressões como “todos, todas e todes” — durante o painel “Consolidar o SUS: Com a Força do Povo, Participação Social e Políticas Públicas”.
A fala foi interrompida pelo prefeito, que subiu ao palco e acusou a conferencista de fazer “doutrinação ideológica”, exigindo que ela adequasse seu discurso “às regras” do evento.
Diante da intervenção, Maria Inês afirmou que a linguagem adotada é coerente com os princípios do SUS, que reconhecem a diversidade e a equidade. “Não posso falar em universalidade sem considerar todos, todas e todes”, disse, antes de deixar o palco por decisão própria, sendo aplaudida pelo público. Abílio, por sua vez, foi vaiado por parte da plateia.
O Partido dos Trabalhadores (PT) de Mato Grosso divulgou nota de repúdio, acusando o prefeito de “violência política e de gênero” e de agir de forma “autoritária e incompatível com os princípios do SUS”. Até o momento, a Prefeitura de Cuiabá e o Conselho Municipal de Saúde, organizador oficial da conferência, não se manifestaram oficialmente sobre o caso.
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