"Meu Deus, será que não existe justiça?", essa é a frase da advogada Rosinéia Guimarães, após receber a notícia de que o julgamento popular do produtor rural Celzair Ferreira de Santana, que deveria acontecer nesta quinta-feira (30), foi adiado pela quarta vez desde 2008. O motivo seria porque o acusado estaria internado em um hospital no estado de São Paulo. Inconformada, a mãe afirmou que só tomou conhecimento de mais um adiamento nesta manhã.
"Nós sabemos que é uma forma de ele fugir da Justiça. É muito revoltante, a gente luta por justiça e ele já fez isso. Esta é a quarta vez que foi marcado esse júri e, quando chega o momento exato de acontecer, a gente se depara com essa notícia frustrante, que deixa a gente sem chão, com a sensação de, meu Deus, será que não existe justiça? Será que podem fazer tudo isso e ficar por isso mesmo?", declarou Rosinéia.
Conforme a mãe das vítimas, a defesa vai solicitar à Justiça de São Paulo que intervenha para que Celzair comprove a internação. Até o momento, não foi informado por qual motivo o produtor teria sido internado.
"Se quando mata uma pessoa é homicídio, quando mata duas é o que? É preciso acreditar na justiça, mas eu acredito que se todas as mães e pais se sensibilizassem e pudessem se juntar para buscar essa justiça, conseguiriamos com mais rapidez. A cada minuto morre um (no trânsito), e será que ninguém se sensibiliza com isso? Não dá para se conformar com uma Justiça injusta", disse.
Desde 2008, quando teve início a tramitação do processo, o produtor rural conseguiu o adiamento do júri por outras três vezes. Em uma delas, alegou internação em um hospital particular de Cuiabá. Na ocasião, foi flagrado cortando o cabelo em local próximo às instalações da unidade hospitalar. À época, a defesa das vítimas chegou a acusar Celzair de obstrução de justiça.
A última redesignação, por sua vez, ocorreu em virtude da pandemia de covid-19. Durante os últimos dois anos, Rosinéia não teve nenhuma perspectiva de quando veria o julgamento acontecer. Mas a certeza de que agora, finalmente, verira a justiça sendo feita pelos seus filhos, trouxe alegria à advogada, que durante quase 15 anos, acumulou lágrimas e saudades.
RELEMBRE O CASO
Katherine e Diogo foram atropelados em 2007, em Poconé (100 km de Cuiabá), onde moravam. Segundo a acusação, no episódio, Celzair dirigia em velocidade acima de 100 km/h e havia ingerido bebida alcoólica. Mesmo atropelando os jovens, o carro só parou depois que atingiu um poste.
Para a mãe enlutada, o resultado do julgamento não sanará só a ânsia de justiça pelos filhos, mas, também, servirá como alerta e demonstrativo do rigor da lei à população.
"O desrespeito às leis terá punição, independente do tamanho da infração ou de quem seja o infrator. Acabaram as desculpas de quem costuma misturar álcool e volante", disparou.
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