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Justiça Quarta-feira, 13 de Março de 2024, 07:35 - A | A

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Quarta-feira, 13 de Março de 2024, 07h:35 - A | A

OPERAÇÃO GRAVATAS

Justiça mantém prisões de advogados e PM acusados de envolvimento com facção criminosa

Uma das suspeita teve a prisão convertida em domiciliar sob medidas cautelares

THIAGO STOFEL
Da Redação

O juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra da 7º vara Criminal de Cuiabá manteve a prisão durante audiência de custódia nesta terça-feira (12) dos advogados Tallis de Lara Evangelista e Hingrytti Borges Mingotti. Já em Sinop (497 km de Cuiabá), o juiz Anderson Clayton Dias Batista da 5º Vara da Comarca Criminal, manteve as prisões do advogado Roberto Luís de Oliveria e do PM Rodrigo Qualio. Já a advogada Jessica Daiane Marostica teve a prisão convertida em prisão domiciliar sob medidas cautelares. Os cinco foram presos preventivamente durante a deflagração da Operação Gravata deflagrada pela Polícia Civil.

Segundo apuração do HNT, os advogados Roberto e Jessica já eram conhecidos em Sinop (497 km de Cuiabá) por advogar para membros de uma facção criminosa predominante em Mato Grosso. Enquanto Tallis e Hingrity foram detidos em Lucas do Rio Verde (332 km de Cuiabá).

Já o policial militar, é acusado de repassar diversos boletins de ocorrências em que faccionados tivessem envolvimento.

Os relatórios da investigação policial, que reúnem mais de mil páginas, detalham a conduta dos investigados e mostram que cada advogado tinha uma tarefa bem definida em benefício da organização criminosa. 

A investigação apontou que os líderes da facção criminosa se associaram de forma estruturalmente ordenada a quatro advogados, que representavam o braço jurídico do grupo, e havia uma clara divisão de tarefas a fim de obterem vantagem de natureza financeira e jurídica, entre outras, com a prática de crimes como tráfico de drogas, associação ao tráfico, tortura e lavagem de capitais.

Ainda foi apontado que os advogados realizaram diversas tarefas para além da atividade jurídica legal, ou seja, atuaram à margem da lei com o propósito de embaraçar investigações policiais, repassar informações da atuação policial em tempo real, auxiliar em crimes graves, como tortura, realizando o levantamento de dados das vítimas. Ainda intermediaram a comunicação entre os líderes da organização criminosa, que estão presos, com outros integrantes que estão soltos.

Em nota, a Polícia Militar de Mato Grosso informou que a Corregedoria-Geral acompanhou o cumprimento de mandado em desfavor do policial e enfatizou que a conduta supostamente praticada não é tolerada e não coaduna com esse tipo de comportamento. Leia na integra.

"A Polícia Militar de Mato Grosso informa que a Corregedoria-Geral está acompanhando os cumprimentos de mandados de prisão preventiva e busca e apreensão em desfavor de um policial militar, em Sinop, durante operação deflagrada pela Polícia Judiciária Civil, nesta terça-feira (12.03). A PMMT informa ainda que não coaduna com nenhum tipo de atividade ilícita dentro da instituição e que já foi instaurado procedimento administrativo para apuração de possíveis infrações disciplinares paralelamente à apuração criminal".

Já subseção de Sinop da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) informou que já tem ciência do fato e que irá se pronunciar sobre o caso em breve. O espaço segue aberto. 

A Seccional Mato Grosso da OAB também informou que está acompanhando o caso, através do Tribunal de Defesa de Prerrogativas, para garantir as prerrogativas dos envolvidos, e, posteriormente, será analisado pelo Tribunal de Ética e Disciplina para verificar se houve falta ética. 

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