O juiz João Bosco Soares da Silva, do Núcleo de Inquéritos Policiais (NIPO), concedeu a liberdade provisória ao guia espiritual Luiz Antônio Rodrigues Silva, de 49 anos, acusado de abusar sexualmente de sete mulheres, entre elas uma menor, durante sessões de atendimentos em Cuiabá.
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O advogado do suspeito Augusto Frutuoso disse ao HNT que, após sua liberdade, Luiz voltará a realizar seus atendimentos naturalmente, já que a acusação, segundo ele, não tem sentido nenhum.
O portal G1 conversou com uma das vítimas, que disse que começou a frequentar o terreiro conduzido pelo líder religioso uma vez por mês, em maio de 2022. O caso teria acontecido meses depois, quando ela entrou em contato direto com o suspeito para que ele colocasse o nome dela na lista para receber o “passe”, nome dado a um processo de transmissão de energias positivas por imposição de mãos.
Ela narrou que não estava bem na época e Luiz pediu para que ela fosse até o local mais cedo, para contar o que estava acontecendo.
"Fui e quando ele me viu, me chamou para entrar na sala dos atendimentos particulares. Ele começou a dizer que eu estava tentando salvar todo mundo e que eu não ia aguentar, porque sou fraca. Perguntei o que eu podia fazer para melhorar. Ele começou a mudar de assunto e disse que iria me contar uma coisa que não era para dizer para outras pessoas", relatou.
Segundo a vítima, o homem pediu para que ela fechasse os olhos e perguntou se ela via uma casa bem simples em um sítio, com mato e cavalos.
"Eu falava que não conseguia ver e ele disse que estava nessa casa junto comigo. Depois, disse que eu era a mulher dele naquela vida e que eu perdi um filho e, por isso, eu ficava me culpando. Comecei a chorar e ele perguntou se podia me dar um abraço. Depois, segurou minha cabeça, puxou para perto, beijou meu rosto, a minha boca e se afastou. Ele sentou na cadeira com um sorriso no rosto e eu fiquei em pé congelada, não sabia o que estava acontecendo", disse.
A jovem relatou que perguntou para o homem por que ele tinha feito aquilo e que ela não consentia com a situação. Ele teria respondido que fez porque quis. "Ele deu uma risada e disse que eu estava deixando o que precisava passar e que podia dar tudo o que eu queria", disse.
A mulher disse que, depois do ocorrido, ficou sabendo que algo parecido aconteceu com a cunhada dela e que depois foram surgindo outras vítimas. Segundo ela, o suspeito fazia da mesma forma, durante atendimento particular na sala, utilizando os mesmos argumentos de vidas passadas.
AFASTADO DA CÂMARA
A Câmara Municipal de Santo Antônio de Leveger confirmou que o controlador Luiz Antônio Rodrigues Silva seria afastado das suas funções no parlamento. A Procuradoria da Casa de Leis também afirmou à reportagem que será aberto um processo administrativo disciplinar (PAD), que irá tramitar no parlamento em conjunto com a investigação da Polícia Civil.
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