Perícia realizada no celular da primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, revelou sua influência na contratação de pessoas na gestão municipal. Conversas extraídas do aparelho demonstram que, mesmo não exercendo função oficial na prefeitura, Márcia interferia na admissão de pessoal em diversos setores da administração da Capital.
Dentre as pessoas que aparecem pedindo cargos está o próprio filho da primeira-dama, o deputado federal Emanuelzinho Neto (PTB). No diálogo, o parlamentar pede à mãe um cargo na Secretaria de Assistência Social do município e uma renovação de contrato. Conversa é de 2017, primeiro ano da gestão Pinheiro.
As revelações são parte do trabalho investigativo conduzido pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) no âmbito da "Operação Capistrum". As informações encontradas no celular de Márcia reforçam a tese de que os cargos na administração pública eram usados com ímpeto de obter vantagens políticas ao prefeito afastado Emanuel Pinheiro (MDB).
Além de Emanuel Pinheiro Neto, diversos servidores da Prefeitura de Cuiabá e terceiros aparecem alinhando cargos com a primeira-dama. Um dos casos apontados é o de Monique Vaz, nomeada no cargo em comissão de Direção e Assessoramento Superior na Procuradoria Geral do Município de Cuiabá, depois de conversa com Márcia Pinheiro.
As conversas ainda demonstram a preocupação da primeira-dama com o "Prêmio Saúde", cujos pagamentos também são alvo da investigação do MPMT. Em diálogo com Márcia, Milton Correia, à época secretário-adjunto de Atenção, na Secretária de Municipal de Saúde de Cuiabá, adverte a primeira-dama de que o benefício estaria sendo concedido sem qualquer parâmetro.
Na mesma conversa, Márcia expressa preocupação com os casos de nepotismo na Saúde. "Eu sei de um monte de gente e não pode, isso dá improbidade administrativa pro Emanuel", diz ao adjunto.
LEIA MAIS: MPMT oferece denuncia contra Emanuel e outros investigados da Capistrum
O relatório foi juntado ao processo sob relatoria do desembargador Luiz Ferreira da Silva que determinou o afastamento do prefeito Emanuel Pinheiro no dia 19 de outubro. Com a juntada de provas e oferecimento da denúncia pelo MPMT, o magistrado adiou julgamento de reurso do prefeito, que estava marcado para a tarde desta quinta-feira (18).
Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.
Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.
Siga-nos no TWITTER ; INSTAGRAM e FACEBOOK e acompanhe as notícias em primeira mão.