O advogado de defesa do procurador do Estado aposentado, Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, o Chico Lima, João Cunha, afirma que os agentes do Centro de Custódia (CCC) tem impedido seu cliente de tomar seus remédios.
Chico Lima foi internado na manhã desta segunda-feira (03), após passar mal do CCC, onde está preso desde sexta-feira (30) quando foi recambiando do Rio de Janeiro. Segundo o advogado do procurador, João Cunha, uma enfermeira percebeu que ele passava mal e o examinou, constatando que precisa ser transferido, com urgência, para um hospital.
Por conta na internação, Chico Lima não compareceu à audiência que estava marcada para esta segunda, na Sétima Vara Criminal, onde seria interrogado por sua participação no desvio de dinheiro público investigada na Operação Seven.
O advogado do réu apresentou o atestado a juíza Selma Rosane de Arruda que designou a nova data de oitiva para o próximo dia 10, as 14h30.
De acordo com o advogado, os agentes do CCC recolheram os medicamentos do réu quando ele chegou a unidade e não o devolveram. A alegação era de que seria necessária a perícia nos remédios para atestar que se tratavam dos medicamentos receitados pela médica do acusado. Assegurando que não se tratava de outra substância desconhecida.
Com o recolhimento, Chico estava sem ser medicado desde sexta-feira, o que pode ser acarretado a internação.
“A enfermagem no Centro de Custódia constatou que Chico Lima estava com fibrilações muito fortes o que poderia causar um infarto ou um acidente vascular cerebral. Por isso, ele foi levado pela própria diretoria do CCC para uma unidade hospitalar”, explicou João Cunha. O nome do hospital não foi divulgado.
Conforme o advogado, o tratamento para controle da alteração na saúde do procurador só pode ser feito por meio de aplicação de medicação intravenosa, o que não pode ser feito nas condições do CCC.
Chico Lima tem 63 anos, é diabético e apresenta doença coronariana.
Outro lado
A assessoria da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) foi procurada e informou que fiscalizar a medicação de reeducandos que precisam de remédios controlados é um procedimento regular no CCC.
Com Chico Lima não foi diferente. No entanto, a assessoria nega que tenha retido os remédios. “Foi feita a fiscalização no material e devolvido ao reeducando”, informou a assessoria.
Entretanto, a assessoria informou que o preso parou de tomar os remédios por conta própria e não porque alguém tivesse recolhido os comprimidos.
A assessoria informou ainda que, no momento em que foi percebido que Chico Lima não estava bem ele foi examinado e encaminhado para o hospital.
Operação Seven
Chico Lima é acusado de intermediar a compra duplicada do terreno entre o Estado e seu cunhado Filinto Correa da Costa.
A área na região do Lago do Manso foi adquirida pelo valor de R$ 7 milhões, dos quais Filinto foi pressionado a devolver R$ 3,5 milhões, como consta na denúncia do Ministério Público Estadual (MPE).
Prisão na Sodoma 4
Os alvos desta fase que, desta vez, investiga a lavagem de R$ 15,8 milhões desviados de uma desapropriação de uma área no bairro Jardim Liberdade, em Cuiabá. O governo, na época, depositou R$ 31.715 milhões a uma imobiliária. Desse depósito, 50% voltaram em benefício da organização criminosa. O ex-governador Silval Barbosa (PMDB) é acusado de liderar o esquema.
Conforme a denúncia, Chico Lima cuidou pessoalmente do trâmite da desapropriação. "Realizou contato com o proprietário da área e formalizou a solicitação de propina. Elaborou parecer dando ares de legalidade à trama criminosa pela organização. Segundo o colaborador Antônio Carvalho, proprietário da imobiliária que recebeu o dinheiro da desapropriação, Chico Lima e Marcel de Cursi se reuniram com o mesmo na Sefaz onde foi feita solicitação de propina no percentual de 50% (cinquenta por cento) do valor da indenização”, detalha Selma.
A juíza revela que Chico Lima recebeu R$ 1.106.915,84, sendo que, diretamente, coube a ele.
Ela lembra que, na Operação Seven, Chico Lima comprou uma motocicleta BMW pelo valor de R$ 70 mil. Além disso, ele fez outras compras que não foram evidenciadas no documento.
O Ministério Público também aponta que Chico Lima já foi condenado pelo Tribunal de Contas do Estado por irregularidades nas prestações de contas quando ocupou o cargo de presidente da Câmara Municipal de Santo Antônio do Leverger, em 1989, o que indica que desde aquela data já tinha por hábito a malversação de recursos públicos.
“A prisão preventiva deste investigado é necessária, pois, até mesmo para garantir que não se desfaça dos bens que possui com proveito dos crimes, em tese, praticados, além do que sua liberdade lhe garante oportunidade de fuga”, frisou a magistrada sobre o procurador aposentado
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