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Símbolos da ceia de Natal dos brasileiros, as carnes natalinas começaram a chegar nesta semana às gôndolas dos supermercados com preços mais salgados.
Os fabricantes dos tradicionais peru, chester e tender estimam aumentos de preço entre 8% e 15%. A alta é justificada por maiores custos de produção, por conta do aumento no preço do milho.
"Estamos repassando, em média, 10% do nosso aumento de custos", afirma Antonio Zambelli, diretor de marketing da Seara. "Nossos preços ficarão entre 8% e 9% maiores", diz, na mesma linha, Leomar Somensi, diretor comercial da Aurora Alimentos.
A Brasil Foods, dona das marcas Sadia e Perdigão, vê preços entre 10% e 15% maiores, segundo o diretor de marketing, Eduardo Bernstein.
Para o consumidor, no entanto, os preços podem subir ainda mais, pois as redes varejistas também pretendem repassar aumentos de custo que tiveram neste ano.
Em janeiro, houve mudança no recolhimento do PIS e da Cofins na cadeia de aves e suínos. Os tributos, que antes eram recolhidos pela indústria, passaram a ser pagos pelos varejistas.
"Só por conta da maior carga tributária no varejo, os preços aumentarão pelo menos 8% neste fim de ano. Sem contar o aumento de custos da indústria", afirma Sussumu Honda, presidente da Abras (Associação Brasileira de Supermercados).
VENDAS EM ALTA
O preço maior, no entanto, não deve assustar o consumidor. "A situação de pleno emprego, a melhora na renda e os bons reajustes salariais em categorias importantes vão proporcionar um bom Natal para o varejo de alimentos", diz Bernstein.
A BRF, assim como a Seara, projeta aumento de dois dígitos para o volume de vendas neste ano.
A aposta são produtos com maior valor agregado, mais sofisticados, com molhos e recheios, e de fácil preparo. Para Zambelli, o consumidor deve fazer compras sem sentir culpa.
Também considerado um produto de alto valor agregado, o panetone deve ser mais consumido neste ano. A Pandurata, detentora das marcas Bauducco e Visconti, espera aumentar o faturamento em 18%, com preços 8% maiores do que os praticados no Natal de 2010. Esperando demanda aquecida, aumentou a produção em 10%.
A avaliação é que, menos propenso a assumir dívidas, o brasileiro deve investir em uma ceia mais incrementada. "Se a pessoa gasta menos em bens de consumo duráveis, o setor de alimentos é beneficiado", diz Honda.
A Abras estima, com base no volume de encomendas à indústria, que as vendas de alimentos e bebidas crescerão 15% neste Natal.
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