Há quatro dias em pleno vigor, o decreto que reduz o Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) para a compra de carros e o decreto que trata da diminuição do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) para todas as operações de crédito de pessoas físicas, está agitando o setor automotivo e fazendo até as revendedoras comemorarem.
Publicado na última terça-feira (22), o decreto fez com que as concessionárias estimassem uma expansão entre 20 % e 30% das vendas dos veículos novos, e apontava uma queda de vendas dos automóveis seminovos e usados e prejuízo para as revendedoras. Mas isso não foi o que ocorreu, segundo a Associação de Revendedores de Veículos do Estado (Agenciauto).
A redução do IOF e a liberação de parte dos depósitos compulsórios para estimular o crédito para a aquisição de veículos permitiram que os bancos fossem mais flexíveis e isso já reflete na venda dos seminovos e usados e compra de novos veículos para formação de estoque, conforme assegura o presidente da associação, Isnel Leite de Almeida.
A ampliação do estoque se dá, segundo Almeida, pela diferença no preço de compra e venda de veículos seminovos por parte das revendedoras e concessionárias que chegam a alcançar quase 2%. “Compramos da concessionária um veículo de R$10 mil, por exemplo, e o vendemos a R$12 mil, tudo com a redução do imposto, e esse excedente de R$1 mil aplicamos na formação de estoque”, explica Almeida, presidente da Agenciauto.
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“Economizamos na compra, estocamos e daqui a alguns meses, na venda, recuperamos tudo o que deixamos de ganhar neste período em que houve a redução das vendas de seminovos. Com certeza, vamos comemorar mais que as concessionárias”, afirma. CARROS USADOS A comemoração que Almeida se refere trata-se, além do aumento de estoque dos veículos a preços acessíveis, o acréscimo na venda dos seminovos, embora não seja tão representativo. “O pacote de medidas do governo não beneficiou somente as concessionárias, mas também as revendedoras. A redução do IOF aumentou o movimento nas vendas de seminovos, mesmo deixando de ganhar com essas mesmas vendas”, assegura. Isso porque a mesma medida que se aumentou as vendas reduziu-se os lucros. Almeida explica que em veículos que tinham uma margem de lucro entre 7% e 10%, com o decreto, a margem passou a ser entre 4% e 5%. “Em um veículo popular que antes do decreto vendíamos por R$20 mil, agora estamos vendendo a R$ 18 mil”. Apesar disso, essa redução não é vista como prejuízo. “Só vamos deixar de ganhar agora, nas vendas, para lucrar depois com as novas vendas e a tabela de preço antigo, sendo essas novas vendas oriundas dos veículos comprados a preços bem mais baratos, graças à redução do IPI e IOF. Então, ganhamos duas vezes, por não perdemos as vendas e por formarmos um estoque”, finaliza.
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