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Economia Sábado, 30 de Março de 2013, 08:21 - A | A

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Sábado, 30 de Março de 2013, 08h:21 - A | A

CRISE DA FARTURA

Produtores de milho temem baixa rentabilidade por falta de logística

Plantio da safrinha foi concluído há pouco mais de dez dias no Estado, e maior aposta dos agricultores na cultura foi comprovada

RURAL BR

Maiores investimentos, mas perspectivas pessimistas. Este é o cenário que cerca a segunda safra de milho em Mato Grosso. Se por um lado os agricultores ampliaram a área plantada com o grão, por outro temem uma baixa rentabilidade. O principal motivo é a falta de logística para o escoamento da safra.

As lavouras de soja ainda estão sendo colhidas, mas as atenções já estão voltadas para o milho safrinha. Em Mato Grosso, o plantio do milho segunda safra foi concluído há pouco mais de dez dias, e o encerramento dos trabalhos comprovou a maior aposta dos agricultores na cultura.

Imagem da Internet


Foram cultivados quase 2,79 milhões de hectares, 11% a mais que no ano passado. Considerando uma produtividade média de 80 sacas por hectare, a produção pode passar de 13,2 milhões de toneladas, 15% a menos que a colhida em 2012, quando as lavouras foram beneficiadas por chuvas e sol na hora certa. Por enquanto, o tempo também tem ajudado a nova safra e o potencial das plantações pode aumentar. Entretanto, se no campo tudo vai bem, sobra preocupação na hora de fechar as contas.

"O cenário é preocupante pela crise da fartura. O produtor investiu muito, com alta tecnologia e teve chuva boa até agora, mas o caos logístico vai derrubar preço, inviabilizando. O cenário mostra milho a céu aberto e falta de estrutura", diz o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Carlos Fávaro.

O produtor Elso Pozzobon plantou 1,5 mil hectares de milho em Sorriso e ainda não conseguiu começar a vender a produção prevista. Ele diz que os preços estão baixos, cerca de R$ 12 para entrega em junho. A falta de infraestutura é um dos principais motivos, segundo o agricultor, que teme um novo apagão logístico na hora da colheita e, consequentemente, cotações ainda piores.

"No ano passado tivemos problemas sim de falta de espaço para armazenar milho, e este ano não será diferente. A situação está mais agravada, o escoamento da soja não está fluindo como esperado e não há perspectiva de que isso vá ocorrer em um curto espaço de tempo. Precisamos escoar soja até metade do ano. O impacto principal vai ser nos preços. Teremos preços achatados, em função do custo do transporte e imagino que termos “armazenistas” com seleção maior para escolher de quem vão abrigar safra de milho", avalia Pozzobon.

Diante dos preços pouco atrativos e da apreensão com o futuro da safra, o ritmo das comercializações antecipadas do milho está lento em Mato Grosso. Até agora foram negociados 20% da produção estimada, bem menos que os 45% vendidos nesta mesma época do ano passado.

 

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